CONFLITO SOCIOTERRITORIAL NA COMUNIDADE DE ALTA FLORESTA - AP
Conflitos, Grilagem de terras, Campo.
A Amazônia e o Amapá estão inseridos na disputa territorial entre o grande capital representado por empresas multimilionárias, latifundiários, grileiros de terras e especuladores fundiários que em contrapartida encontram os camponeses que se reproduzem como posseiros, assentados de reforma agrária, ribeirinhos, quilombolas, indígenas, sem terras, etc. É uma disputa estabelecida entre capitalismo e relações não capitalistas no campo, desenvolvendo dessa forma o conflito socioterritorial, essa pesquisa estabelecida na Comunidade de Alta Floresta no município de Cutias – AP que desenvolve um conflito socioterritorial histórico, inicialmente em conflito por terras com uma empresa de capital nacional e internacional e detentora de uma parcela de terras do Amapá a AMCEL(Amapá Florestal e Celulose S.A) após vários repasses dessas terras por meio de vendas onde acrescia percentuais de hectares de terras e diante disso realiza o processo de grilagem de terras que no ano de 2004 por meio da CPI da terras do Amapá realizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Amapá foi comprovado a grilagem de terras e recomendado que as terras fossem repassadas para a União Federal voltando para a nomenclatura de terras devolutas e ao longo desse período os camponeses posseiros detinham casas e roçados nessa área denominada de Alta Floresta. A CPT (Comissão Pastoral da Terra) cataloga os conflitos por terra na área de estudo desta pesquisa desde o ano de 2005, totalizando 17 (dezessete) anos de conflitos que totalizando envolvem 659 famílias envolvidas nesse conflito por terras, portanto é um conflito latente e que tem se desenvolvido entre camponeses e especuladores de terras que utilizam de força e violência contra esses camponeses posseiros que resistem de forma admirável aos ataques frequentes em que enfrentam, nos anos de 2022 e 2023 houve queimada e destruição de 3 casas de camponeses, o assassinato de um cachorro como forma de ameaça e violência física contra um dos moradores da área de estudo. Desta forma essa pesquisa se desenvolve a partir dos dados catalogados pela CPT nos cadernos de conflitos, documentos jurídicos, matérias de jornais locais e trabalhos de campo para realização de entrevistas semi-estruturadas para que sejam produzidos mapas com os números de famílias em conflito, da situação fundiária, entre outros. Com o objetivo de compreender de que forma o processo de grilagem de terras se estabeleceu e se desdobrou em violências intensas contra a posse e os camponeses no campo amapaense.