MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS: ORGANIZAÇÃO E LUTA QUILOMBOLA NO IGARAPÉ DO LAGO DO MARACÁ, NO SUL DO AMAPÁ
Território; Movimentos Socioterritoriais; Quilombola; Amapá.
A organização e as lutas das populações tradicionais na Amazônia é resultado de um processo histórico de resistência contra a expropriação, a exclusão e contra a submissão da condição da vida humana. Os movimentos que emergiram, principalmente a partir das décadas de 1970 e 1980, revelaram um grau de amadurecimento político pela permanência em seus territórios, configurando movimentos socioterritoriais. Com a amplitude das lutas, os movimentos socioterritoriais evidenciaram identidades especificas, como os remanescentes de quilombos. Nesse sentido, a pesquisa propõe analisar a organização e as lutas do movimento socioterritorial quilombola no Igarapé do Lago do Maracá, no Sul do Amapá, considerando seu contexto histórico e sua práticas atuantes. A pesquisa é posta pela necessidade de evidenciar a importância da inserção política dos remanescentes quilombolas na retomada territorial, fortalecidos pela identidade cultural e consciência ambiental. A problemática levantada, questiona: como o movimento quilombola se organizar em torno do território e qual a dimensão das lutas da Associação para o alcance das proposições coletivas? Desse modo, a investigação faz uso de uma abordagem qualitativa, e está subsidiada em progressivas etapas: revisão bibliográfica, reflexões e apontamentos conceituais, pesquisa de campo com entrevistas semiestruturadas (técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, membros da diretoria da Associação dos Trabalhadores Agroextrativista do Maracá – ATEXMA e diretoria da Associação Quilombola dos Remanescentes das Comunidades do Igarapé do Lago do Maracá - AQRCILM), participação em assembleias e reuniões da AQRCILM. Além disso, a pesquisa emprega o uso de um sistema de informação Geografia (SIG) para a produção de mapas, que apresente o dimensionamento das comunidades na área de estudo e identificação de possíveis conflitos. A realidade da organização e luta quilombola na Amazônia é a representação da dinâmica expressa no território e pelo território, que conjuga disputas, domínios e significados, sendo necessário tornar notável suas urgência e emergências.