COMPARTIMENTAÇÃO GEOECOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OIAPOQUE NO BRASIL: ENFOQUES REGIONAL E LOCAL
Geoecologia das Paisagens. Bacia hidrográfica. Rio Oiapoque. Compartimentação geoecológica.
O trabalho trata da compartimentação geoecológica do baixo curso da bacia hidrográfica do rio Oiapoque, localizada na porção setentrional do Estado do Amapá, no Brasil. O rio Oiapoque é o principal afluente da bacia, que abrange uma das áreas mais singulares do Estado do Amapá, marcada historicamente por uma intensa e ampla dinâmica de uso da terra e dos recursos naturais. A bacia hidrográfica do rio Oiapoque abrange parte do Estado do Amapá, Brasil, e parte da Guiana Francesa, Departamento de Ultramar Francês, com cerca de 32 mil km² de área e extensão do rio principal de 352 km, das nascentes (Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque) à foz (oceano Atlântico). Apresenta uma variedade de unidades da paisagem e atividades econômicas que estão interligada aos usos múltiplos da água, o que acarreta uma sobrecarga nos recursos naturais. Diante desse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo delimitar e analisar as unidades geoecológicas presentes no baixo curso da bacia hidrográfica do rio Oiapoque, discutindo as potencialidades e fragilidades que cada compartimento apresenta em relação às atividades antrópicas desenvolvidas na área, tendo como suporte teórico e metodológicos a Geoecologia das Paisagens e técnicas de geoprocessamento. Em termos metodológicos, a pesquisa seguiu fases aplicando a análise geoecológica, sendo elas: organização e inventário, análise, diagnóstico e propositiva. Para tanto, foram elaborados mapas na escala de 1:1.500.000, auxiliados por levantamentos mais detalhados em escala local, subsidiando também a elaboração do mapa de uso e cobertura da terra. A partir das análises integradas entre componentes físico-naturais e antropogênicos, foi possível delimitar as sete unidades geoecológicas do baixo curso da bacia hidrográfica, sendo elas: Colinas amplas e suaves, colinas dissecadas e morros baixos, morros e serras baixas, planícies fluviomarinhas, superfícies aplainadas conservadas, superfícies aplainadas retocadas ou degradadas e tabuleiros dissecados. As unidades geoecológicas foram primordiais para a discussão acerca das potencialidades e fragilidades, bem como subsidiar estratégias de gestão integrada para a realidade da bacia, onde levou-se em consideração os aspectos já mencionados, fazendo uma correlação com o uso e ocupação do solo do perímetro da bacia hidrográfica.