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Banca de DEFESA: JOAO VITOR DE OLIVEIRA BARBOSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOAO VITOR DE OLIVEIRA BARBOSA
DATA: 29/01/2024
HORA: 10:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

OS LADRÕES DE MARABAIXO DA COMUNIDADE DE MAZAGÃO VELHO/AP: UMA PRÁTICA DISCURSIVA DE FÉ QUE FORMA MODOS DE SUBJETIVAÇÃO NEGRA


PALAVRAS-CHAVES:

Prática discursiva. Ladrão de Marabaixo. Poder-Saber. Resistência. Sujeitos negros.


PÁGINAS: 128
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Teoria e Análise Lingüística
RESUMO:

A presente pesquisa versa sobre a seguinte temática: a emergência discursiva dos ladrões de Marabaixo, uma cantiga popular exclusiva dos grupos negros do Estado do Amapá. Em suma, essa prática pode ser definida como uma experiência religiosa em devoção aos santos do catolicismo. Além disso, nas suas letras, os afroamapaenses entoam sobre acontecimentos políticos, econômicos, históricos, culturais e cotidianos que marcam a relações sociais de sua comunidade. Através desses cantos, os negros constroem discursos de resistência contra instituições coloniais que, historicamente, tentaram silenciá-los, subjugá-los e docilizá-los. No entanto, nosso enfoque foi direcionado para os ladrões produzidos pela comunidade de Mazagão Velho, cujos indivíduos são descendentes dos escravizados e refugiados africanos vindos de Marrocos. A história desse povo é marcada por um acontecimento singular, uma vez que toda cidade foi transplantada para esta religião da Amazônia brasileira no século 1769. Dessa forma, a memória dos mazaganenses é atravessada por relações de poderes e de saberes estabelecidas de forma conjunta pelo Reino de Portugal e a Igreja Católica Romana desde os primórdios do século XVI. Considerando essa conjuntura discursiva, o problema a ser perseguindo neste estudo decorre da seguinte pergunta: como relações estabelecidas por uma vontade de poder-saber, materializada na prática discursiva dos ladrões de marabaixo de Mazagão Velho – AP, formam modos de subjetivação negra no corpo social dessa comunidade? Diante disso, nosso objetivo geral consiste em: analisar a prática discursiva dos ladrões de Marabaixo da comunidade de Mazagão – AP, a fim de submergir os modos de subjetivação negras assumidos pelos sujeitos mazaganenses. Sob essa direção, buscamos no recorte dos objetivos específicos: (i) descrever os mecanismos de controle do discurso que atravessam os ladrões de Marabaixo; (ii) analisar como essas cantigas dizibilizam experiências de resistência frente a relações de poder-saber; (iii) analisar como os cantos do presente assumem modos de subjetivação negra. Para alcançar esses objetivos, o corpus de análise foi constituído pelos seguintes cantos: um ladrão sem título que tematiza o calendário religioso dessa comunidade, Canoa santa, Marrocos e Cantador. Ademais, nesse fértil solo discursivo emergiu outras materialidades as quais trouxemos para compor o arquivo das dizibilidades e visibilidades dos negros marabaixeiros. Para analisar esse corpus nos filiamos a perspectiva teórica-metodológica dos estudos discursivos foucautiano e utilizamos, especialmente, os conceitos de discurso, poder, resistência, governamentalidade e sujeito (Foucault, 1998,1995, 2006, 2008, 2017, 2013, 2020, 2022; Deleuze, 2019; Veyne,1998, 2011; Machado, 2012; Gregolin, 2004, 2006; Fischer, 2020; Veiga-Neto 2016). Os resultados obtidos por esse gesto de leitura indicaram que a prática discursiva dos ladrões constrói uma subjetividade do negro alinhada aos preceitos do catolicismo, passando por uma postura crítica em relação à sua fé. Além disso, o estudo sinalizou uma existência marcada pelo sentimento de tristeza, bem como a construção de um sujeito negro que exerceu resistência para preservar sua tradição e seu modo de vida.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1037662 - EDNALDO TARTAGLIA SANTOS
Interno - 2422475 - CELESTE MARIA DA ROCHA RIBEIRO
Interno - 1734255 - EMERSON DE PAULA SILVA
Externo à Instituição - FRANCISCO VIEIRA DA SILVA - UFERSA
Externo à Instituição - JUÇARA ZANONI DO NASCIMENTO - UNIR
Notícia cadastrada em: 24/12/2023 09:45
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