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Banca de QUALIFICAÇÃO: JOAO VITOR DE OLIVEIRA BARBOSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOAO VITOR DE OLIVEIRA BARBOSA
DATA: 25/05/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

A POESIA ORAL DA COMUNIDADE DE MAZAGÃO VELHO-AP COMO PRÁTICA DISCURSIVA QUE OBJETIVA E SUBJETIVA OS NEGROS MAZAGANISTAS


PALAVRAS-CHAVES:

Prática discursiva. Ladrão de Marabaixo. Poder-Saber. Resistência. Sujeitos negros.


PÁGINAS: 59
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Teoria e Análise Lingüística
RESUMO:

A presente pesquisa investiga os ladrões de marabaixo da comunidade de Mazagão Velho, localizada no estado do Amapá, Brasil. Os ladrões são canções de base oral, tirados de improviso e compõem o Marabaixo – conjunto de festividades em devoção aos santos católicos de algumas comunidades amapaenses e é gerido por grupos minoritários de negros. A historicidade da comunidade de Mazagão Velho remonta ao período de 1514 a 1769, depois do fracasso colonial da Coroa portuguesa nessas terras africanas, a cidade de Mazagão é transplantada para Lisboa - Portugal, depois para Belém do Pará – Brasil e, por último, para Mazagão Velho – Brasil, interior do Estado do Amapá (VIDAL, 2008; ALMEIDA, 2011; OLIVEIRA, 2015). Considerando essa conjuntura, o nosso problema de investigação decorre da seguinte pergunta: como as práticas discursivas dos ladrões de Marabaixo de Mazagão Velho/AP objetivam e subjetivam uma parcela do corpo social negro dessa comunidade? O objetivo geral incide em investigar quais posições de sujeitos negros estão expressos e assumidos nos discursos dos ladrões de Marabaixo da comunidade de Mazagão Velho-AP. Para a partir disso, buscar entender como esses cantos objetivam e subjetivam esses descendentes de escravos e refugiados africanos. Diante disso, objetivos específicos são: i. Analisar como os ladrões constitui práticas discursiva de resistência; ii. Identificar e descrever quais procedimentos internos e externos estão presentes nos dizeres dos ladrões com o intuito de impor, ordenar e reconduzir estes a uma ordem discursiva de exclusão, segregação e delimitação (ou o movimento inverso); iii. Analisar como uma parcela desses sujeitos negros através dos discursos dos ladrões constituem (ou não) uma experiência de fé Católica Romana. Para esse propósito, foram escolhidos cinco ladrões de Marabaixo da comunidade de Mazagão Velho: Marrocos de Josué da Conceição e Manuel Duarte; Negros de Manuel Duarte e Gungá; Lamento de um Negro de Antonio J. Pinto; Cantador de Jozué Videira e um ladrão sem título que tematiza o calendário religioso de Mazagão Velho – AP de Jozué Videira e Manuel Duarte. Estas composições foram produzidas entre o final da década de noventa e início do ano dois mil. Para a seleção desse corpus recorremos a tese de Oliveira (2015) que tem como título, Devoção, tambor e canto: Um estudo etnolinguístico da tradição oral de Mazagão Velho e da pesquisa realizada por Almeida (2011) que se encontra no livro, Mazagão Velho: Diáspora Negras, Performance e Oralidade no Baixo Amazonas. Também contamos com a colaboração de uma parcela de sujeitos negros da comunidade de Mazagão Velho para a escolha dessas poesias orais. Além desses cantos, trouxemos as materialidades discursivas do jornal Pinsonia (1898), textos sobre história regional (CANTO, 2019), do jornal Diário do Amapá digital (2019) e de uma imagem discursiva do oratório ou altar da casa do cantador Manuel Duarte, pois, segundo Ribeiro (2016) esses espaços específicos para rezas e orações é uma prática comum nos lares de muitos negros mazaganenses e marabaixeiros. Isto posto, o gesto de leitura adotado nesta pesquisa tem como fundamento teórico e metodológico os três domínios presentes nos Estudos Discursivos Foucaultiano, ou seja, arqueológico, genealógico e estética da existência. Os conceitos que foram mobilizados nesses três eixos foram: prática discursiva, condição de produção do discurso, poder e sujeito (FOUCAULT, 2010, 2013, 2014, 2016, 2017, 2020). Para dialogar com essa perspectiva trazemos as contribuições dos seguintes teóricos (DELEUZE, 2017; VEYNE, 2011,1998; GREGOLIN, 2006; FISCHER, 2013, 2020; VEIGANETO 2013,2016). Sob essa direção, entendemos que a perspectiva foucaultiana possibilitara uma análise linguística, histórica, social, política e econômica desses descendentes de escravos através dos ladrões de Marabaixo. Assim, os resultados obtidos nesse movimento analítico sinalizam que práticas discursivas são atravessadas por dispositivos de saber e de poder do Estado e também da Igreja Católica Romana que incidem sobre processos de objetivação e subjetivação de uma parcela desses negros mazaganistas, que acabam se constituindo como sujeitos atravessados por posições discursivas como de resistência, de confissão, de vassalagem e devoção a confissão de fé Católica, de cor, de revolta, de felicidade e de infelicidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1037662 - EDNALDO TARTAGLIA SANTOS
Interno - 1734255 - EMERSON DE PAULA SILVA
Interno - 1301404 - YURGEL PANTOJA CALDAS
Externo à Instituição - JUÇARA ZANONI DO NASCIMENTO - UNIR
Externo à Instituição - MARIA ELIZA FREITAS DO NASCIMENTO - UERN
Notícia cadastrada em: 05/06/2023 16:38
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