NARRADOR AUTODIEGÉTICO EM MAMA GUGA – CONTOS AMAZÔNICOS, DE FERNANDO CANTO: retratos da cultura amazônica
Narrador; Fernando Canto, Contos amazônicos.
Este trabalho buscou investigar as memórias dos narradores autodiegéticos da obra Mama Guga: contos amazônicos, considerando a relação dessas memórias com a cultura amazônica. Como objetivos específicos, tivemos as seguintes tarefas: a) discutir o(s) conceito(s) de cultura amazônica, avaliando a história de ocupação desse espaço e as relações dos seus habitantes com o espaço ocupado b) examinar os conceitos de conto, narrador autodiegético e memória, para, enfim, apresentar o objetivo c) mapear os elementos apresentados nas
narrativas de Mama Guga, verificando sua relação com a cultura amazônica. Assim, dentre outras referências teóricas, foram utilizadas as de Canto (2017), Massey (2008), Benchimol (1999), Veríssimo & Preira (2014), Hall (2006), Bhabha (1998), Eliade (1972), Candau (2019), Bosi, E. (1979), Halbwachs (2004), Bergson (2006), Caldas (2019), (2007) e (2017), Cândido (2014), Nenevé, Silva e Gama-Khalil (in ALBUQUERQUE, 2015), Cortazar (1974),Gotlib (2006), Bosi, A. (1999), D’Onofrio (2002), Moisés (1999), Genette (1995), Reis e
Lopes (1988), Rosenfeld (2018), Eagleton (2019), Segolin (2006), Zéraffa (2010) e Loureiro (1995) e (2008). Assim, foram escolhidos quatro contos para a análise deste trabalho, com foco em seus respectivos narradores, apontando que investigar as memórias dos narradores autodiegéticos nas narrativas traz um universo de análise carregado de significado, apresentando as ideias, os sentimentos e a cosmovisão do narrador face à sua realidade. O grupo de palavras que formam o mapa de memória de cada conto apresenta aspectos relevantes do espaço amazônico e também as vivências dos seres ficcionais. Nos três contos analisados, vemos que a palavra “ouro” está presente. Em dois deles, essa palavra surge de forma explícita e em um ela representa os esforços empreendidos para encontrar o tesouro numa cidade encantada. Nos três contos, a presença de mitos e dos mistérios da Amazônia se fazem forte e atuam no destino dos narradores e dos espaços geográficos.