O ESTADO DA ARTE DAS LÍNGUAS DE SINAIS INDÍGENAS DO BRASIL: ESTUDOS DESENVOLVIDOS ENTRE 1995-2021
Línguas de Sinais Indígenas. Línguas Indígenas. Documentação Linguística.
A linguística é a ciência responsável pelo estudo das línguas e, suas bases teóricas foram inteiramente desenvolvidas a partir de minuciosas investigações e análises das línguas orais. Em 1960 os estudos linguísticos ganharam uma nova modalidade de língua natural: o das línguas visuais espaciais ou línguas sinalizadas, que adquiriram status linguístico a partir dos estudos de Willian Stokoe (1960). Atualmente, registram-se três principais categorias de línguas de sinais: as nacionais, as nativas e as originais (QUADROS E LEITE, 2013). Dentro da categoria línguas sinalizadas originais, temos as línguas de sinais indígenas, usadas por indígenas surdos de diversas etnias e, que a depender de vários fatores como, número reduzido de sinalizantes, sinalizantes idosos e a falta de registro, poderão vir a sucumbir. No Brasil, pesquisas voltadas para os estudos e mapeamento das Línguas de sinais indígenas, tiveram início na década de 1990. Lucinda Ferreira-Brito (1995), foi a primeira linguista Brasileira a investigar e a coletar dados da então denominada Línguas de sinais Urubu Ka’apor Brasileira – (LSKB), hoje conhecida como Língua de sinais Ka’apor (GODOY, 2020). Desde então outras línguas de sinais indígenas começaram a ser investigadas, é o caso das Línguas de Sinais Paiter Suruí (LSPS), Língua de Sinais Kaigang (LSKA), Língua de Sinais Guarani-Kaiowá (LSGK), Língua Terena de Sinais (LTS) e Língua de Sinais Sateré Mauwé (LSSM). Com base nos estudos de Ferreira Brito (1995); Quadros (2019), Quadros e Leite (2013), Quadros e Silva (2017), Godoy (2019), Gomes e Vilhalva (2021), esta pesquisa exploratória bibliográfica do tipo estado da arte, ainda em andamento, tem por finalidade apresentar dados de estudos produzidos entre 1995-2021 com informações de cunho educacional, cultural e linguístico de todas as línguas de sinais indígenas existentes no Brasil, , bem como, apontar eventuais lacunas e necessidades relacionadas ao registro e manutenção das línguas de sinais indígenas.