GÊNERO, VIDA E ESCOLA: narrativas decoloniais sobre violência, pelo olhar de jovens egressas da rede básica de ensino.
gênero, violência de gênero, decolonialidade, práticas pedagógicas decoloniais, juventude.
O gênero, na decolonialidade, é compreendido como meio e resultado da violência colonial que atinge as comunidades de Abya Yala, mas, de modo específico e intenso, as mulheres. Nesse sentido, gênero e violência assumem um significado único associado ao patriarcado colonial, capitalista e moderno. A presente pesquisa parte, então, do seguinte problema: como as narrativas das jovens egressas da rede básica de ensino identificam e compreendem as violências de gênero em suas trajetórias pessoais e escolares? Com o objetivo de analisar as contribuições dessas narrativas para uma perspectiva decolonial sobre a violência de gênero. Os direcionamentos da pesquisa, tendo em vista os objetivos específicos consideram: a) investigar os conceitos de gênero, violência de gênero e práticas pedagógicas pela perspectiva decolonial com a finalidade de compreender as categorias de análise da investigação; b) identificar como as narrativas pessoais e escolares das jovens egressas da rede básica de ensino, posicionam a violência de gênero contribuindo para uma compreensão social decolonial; c) apresentar as contribuições das práticas pedagógicas decoloniais para a superação da violência de gênero no âmbito da vida e da escola. As principais bases teóricas da pesquisa se concentram nas categorias gênero, violência de gênero e práticas pedagógicas decoloniais. Para explicar a concepção de gênero na decolonialidade a pesquisa se respalda nos estudos de Ochy Curiel (2019), Maria Lugones (2019) e Rita Segato (2016). Para conceituar a violência de gênero tem-se como marco teórico os estudos de Segato (2016) e por fim, definindo as pedagogias decoloniais as contribuições de Adriane de Lima (2019) e Catherine Walsh (2017). A pesquisa é de abordagem qualitativa, do tipo narrativa, com método de coleta de dados baseados em círculos de diálogo, entrevistas narrativas e diários de campo. Para a análise de dados será utilizada a técnica de análise crítica do discurso, de modo que as narrativas sejam compreendidas em correlação com as dinâmicas políticas e ideológicas dos contextos inclusos, com vistas a garantir uma intepretação ajustada à opção decolonial.