ORDEM E PROGRESSO? AÇÕES EDUCATIVAS DE NORMALIZAÇÃO E CONTROLE NO GRUPO ESCOLAR BARÃO DO RIO BRANCO DE MACAPÁ/AP (1944-1956)
Política Educacional. GE Barão do Rio Branco de Macapá. Cultura Escolar
O presente estudo, intitulado “Ordem e Progresso? Ações educativas de normalização e controle no Grupo Escolar Barão do Rio Branco de Macapá/AP (1944-1956)”, aborda como temática a política educacional da referida instituição de ensino primário, delimitada à atuação de Janary Gentil Nunes, primeiro governador do ex-território federal do Amapá. O ímpeto por este tema residiu no interesse em problematizar de que forma ações educativas de normalização e controle subordinadas ao discurso nacionalista de Ordem e Progresso eram disseminadas no âmbito do GE Barão do Rio Branco (instalado em Macapá, capital territorial), de modo a contribuir para o desenvolvimento de uma política de integração socioeconômico-cultural do TFA ao contexto nacional, no período de 1944 a 1956. Teve, portanto, o objetivo geral de investigar as ações, as práticas e as culturas educativas no GE Barão do Rio Branco, com base no plano de governo territorial. Como objetivos específicos almejou-se: compreender o papel da Escola na construção da sociedade (em uma perspectiva histórica); caracterizar a política educacional dos Grupos Escolares no contexto brasileiro, como signo de Ordem e Progresso no imaginário republicano; analisar o GE Barão do Rio Branco como (re)produtor de ações/práticas/culturas de normalização e controle social, político, econômico e cultural dos macapaenses. Dessa maneira, tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e tipo documental, perscrutando fontes históricas, entre as quais destaca-se o Relatório das Atividades do Governo do TFA, o jornal Amapá, e os registros fotográficos da época. Tais documentos, analisados à luz da História Cultural e do Paradigma Indiciário, revelaram fortes evidências de que Janary Nunes via no respectivo educandário a possibilidade de modificar, domesticar e adestrar o corpo e a mente dos populares, por meio do estabelecimento de normas e sanções, para que, assim, a população macapaense exercesse tarefas como bons cidadãos, evitando infringir as normas estabelecidas pelo poder territorial que tolhia o espírito crítico e contestador dos sujeitos contra as práticas autoritárias impostas pelo governador.