Heteronormatividade no contexto escolar: resistências e enfrentamentos de estudantes LGBT’s.
Heteronormatividade. Contexto escolar. Estudante LGBT.
Esse trabalho consiste em texto apresentado para exame de qualificação, da pesquisa sobre heteronormatividade no contexto escolar, a qual visa discutir como perspectivas colonizadoras representadas pela opressão heteronormativa são incutidas no contexto escolar, e determina normatizações heterossexuais que ferem o direito de Ser de estudantes LGBT’s. Por conseguinte, trazemos o problema de como a heteronormatividade é percebida por estudantes LGBT’s, bem como de que formas de afirmação das suas experiências identitárias de ser contribuem com a desconstrução de processos de opressão heteronormativa no contexto escolar. Uma vez que, entendemos que discutir a sexualidade diversa no contexto escolar heteronormativo, sob olhar dos estudantes LGBT’s, subsidiará agentes educacionais a possibilidade de repensar o fazer pedagógico para diversidade sexual, reconhecendo e identificando na fala de estudantes situações de práticas heteronormativas a serem combatidas, bem como visibilizando a temática da diversidade sexual no ambiente escolar. Para tanto, objetivamos compreender como a heteronormatividade, é percebida por estudantes LGBT’s, e de que forma práticas de afirmação da sexualidade desses sujeitos pode contribuir com a desconstrução de processos de opressão heteronormativa no contexto escolar. Assim, faz-se necessário elencarmos nossa motivação e as principais bases teóricas que norteiam a pesquisa, respaldando-nos essencialmente nos autores Quijano (2002; 2005), Maldonado-Torres (2008; 2016), para discutir colonialidade do Poder e colonialidade do Ser; na autora Ochy Curiel (2011; 2013) que orientará o aporte teórico sobre heteronormatividade e seus desdobramentos; e Borrillo (2010) que subsidiará a abordagem sobre as definições de homofobia. Para tratar sobre o heteronormatividade e homofobia no contexto escolar, nos debruçaremos principalmente nas discussões de Castro-Gomez (2005), Mouján (2020), Valéria Flores (2008), Curiel (2011; 2013) e Borrillo (2010), a fim de realizar uma análise decolonial nos diálogos com estudantes homossexuais de forma a reconhecer, nos espaços educacionais, formas políticas de resistência às barreiras e normas que lhes são impostos, negando e vigiando seu direito de ser/existir, buscando romper com a marginalização e o silenciamento escolar sobre diversidade sexual e seus desdobramentos. Nesse sentido, o caminhar metodológico a ser seguido consistirá no método dialético com abordagem qualitativa, sendo a coleta de dados realizada através de questionários e entrevistas online, os quais serão interpretados com análise do discurso. Traremos por fim a relevância social e acadêmica que a pesquisa propicia, bem como a proposta de estrutura da dissertação a ser desenvolvida a posteriori.