CURSOS DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ: RELAÇÕES ENTRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA E O MUNDO DO TRABALHO (2010-2014).
Mundo do Trabalho. Reconfiguração da Universidade. Formação de Engenheiros e Engenheiras.
Esta Dissertação aborda as correlações entre a formação acadêmica de engenheiros e engenheiras desenvolvida pelos cursos de engenharia ofertados pela UEAP com o mundo do trabalho. Busca compreender as determinações que demarcaram a reconfiguração da Educação Superior e as metamorfoses do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo. Considera como pressupostos que a mercantilização da Educação Superior aproximou a universidade ao mercado financeiro, desviando a sua função social de construção de conhecimento a serviço da sociedade para a comercialização do conhecimento produzido como mercadoria, bem como, que as metamorfoses do mundo do trabalho contemporâneo exigem um novo perfil de trabalhadores que possam se adaptar ao trabalho flexível. É possível perceber os impactos negativos nas universidades públicas em sua funcionalidade e na formação acadêmica. Os cursos ofertados, seguem um formato pedagógico unilateral, aligeirado e fragmentado, em uma perspectiva de corresponder unicamente às demandas do mercado. Desses argumentos, tem-se como problema de pesquisa: Como se apresentam as relações entre a formação acadêmica desenvolvida pelos Cursos de Engenharia ofertados pela UEAP, com o mundo do trabalho na contemporaneidade? Como desdobramentos, seguem as questões norteadoras: a) de que maneira, a mercantilização da Educação Superior influencia na formação acadêmica desenvolvida nos Cursos de Engenharia no contexto do capitalismo contemporâneo? b) como se apresentam as contradições na formação acadêmica de engenheiros e engenheiras da UEAP? Neste sentido, o principal objetivo deste estudo é analisar as relações entre os Cursos de Engenharia ofertados pela UEAP e o mundo do trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo. Foi desenvolvido um Estudo de Caso, com análise documental e aplicação de questionário a egressos dos Cursos de Engenharia da UEAP. Os resultados indicam que estes cursos desenvolvem uma formação tecnicista que se assemelha à concepção de formação unilateral com a incorporação de conceitos de empregabilidade e empreendedorismo. Os egressos, em sua maioria conseguiram emprego na área de formação no setor público e possuem qualificação lato sensu e stricto sensu. Eles consideram que as principais lacunas na formação acadêmica se relacionam ao empreendedorismo e ao uso de inovação e tecnologias, e se manifestam muito satisfeitos com a profissão além de conceberem o engenheiro e engenheira como profissionais que pelo conhecimento técnico podem encontrar as soluções para os problemas da sociedade via uma lógica econômica, com o uso de tecnologias e de práticas empreendedoras. Na UEAP, não há ações que contemplem os egressos, o que enseja a necessidade premente de implantação de uma política institucional voltada para o acompanhamento de egressos. Por fim, são cursos que poderiam desenvolver uma formação mais crítica e contextualizada na perspectiva desses profissionais desenvolverem um papel social a favor da classe trabalhadora.