“TÁ PENSANDO QUE TRAVESTI É BAGUNÇA?!” Decolonialidade e resistência nas experiências escolares de travestis e transexuais de Macapá, AP
decolonialidade, narrativas, experiências escolares, travestis e transexuais, pesquisa participante.
A pesquisa configura-se por um recorte social protagonizado pelas travestis e transexuais de Macapá quando de suas experiências na educação formal e de que maneira essas experiências lhes fizeram ou fazem saber lidar com suas vidas cotidianamente. Apresentamos discussão dos fenômenos que levam à prática velada ou não da exclusão, do preconceito e da marginalização de travestis e transexuais no espaço da educação básica. O estudo possui a seguinte problemática: Como, em suas experiências educativas, travestis e transexuais resistiam e enfrentavam as variadas formas de preconceito? Neste sentido, para o desenvolvimento da pesquisa buscaremos: a) Discutir as características teóricas e conceituais dos estudos decoloniais em face das principais categorias que permeiam estes estudos (decolonialidade, corpo e educação, corporalidades travesti e transexual, educação intercultural e necropolítica); b) Compreender numa perspectiva decolonial, e a partir de uma escuta sensível com as colaboradoras da pesquisa, suas narrativas, abrigando, neste espaço de escrita, um local para apresentar as suas histórias de vida educacional; e c) Identificar os processos de resistência e enfrentamento produzidos pelos sujeitos da pesquisa ao analisar as capilaridades do poder hegemônico no contexto educacional. Destarte, o texto está organizado em três partes principais: 1) memorial, onde escrevo sobre o contexto que me trouxe ao tema deste estudo; 2) introdução, no qual trago elementos estruturantes do projeto que embasam a pesquisa e 3) seções teóricas, onde apresentamos três seções: a primeira discute os aspectos fundantes da Pesquisa Qualitativa pela perspectiva da Pesquisa Participante, metodologia esta que tende a aproximar e inserir os colaboradores no processo de produção científica e que, por este foco, vai ao encontro da Decolonialidade, epistemologia que sustenta e transversaliza essa investigação e que tem no sujeito subalternizado a voz necessária para a superação da relação colonizador versus colonizado. A segunda seção (ainda em processo de desenvolvimento) reflete acerca das categorias centrais supracitadas apresentando os dados e suas análises por meio de um mapeamento da produção com buscas, no site da CAPES, de teses e dissertações que mais se aproximavam ao tema aqui averiguado. E a terceira seção, (ainda em processo de desenvolvimento) que tratará da apresentação e análises dos dados construídos em coletividade e subsidiados por teorias/teóricos afins, trará os resultados da pesquisa sob a técnica da entrevista narrativa e análise de discurso. Até este momento constatamos que o processo educacional para travestis e transexuais se apresenta como um desafio a ser superado diariamente em níveis desleais quando comparados aos sujeitos cujos corpos, gêneros e sexualidades estão em conformidade com o que está posto hegemonicamente, isto é, quando correspondem à heteronormatividade. Assim, esta pesquisa segue para sua finalização onde analisaremos as narrativas de travestis e transexuais em suas experiências escolares na realidade da cidade de Macapá, Amapá. Procuraremos perceber como estes indivíduos enfrentavam os preconceitos e resistiam no espaço da escola, espaço este constituído de poderes, normatizações e determinações que, na melhor das hipóteses, pode ser ressignificado e ter, assim, revisto o seu projeto de segregação e exclusão.