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Banca de DEFESA: CHAYENNE DA SILVA FARIAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CHAYENNE DA SILVA FARIAS
DATA: 22/03/2019
HORA: 16:00
LOCAL: AUDITÓRIO DO CEPA
TÍTULO:

CIDADANIA TRANSVIADA: VIOLêNCIA DE GêNERO CONTRA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS EM MACAPá-AP


PALAVRAS-CHAVES:

Gênero. Transgênero. Estudos transviados. Violência. Cidadania.


PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Relações Internacionais
RESUMO:

A presente dissertação busca pensar as relações que mantêm pessoas transgênero vítimas de violência com as instituições de segurança pública na cidade de Macapá a partir de 2017. A questão central do trabalho é pensar a intersecção entre gênero e cidadania em contextos de violência que envolvem sujeitos transgênero. A transgeneridade será compreendida nesta dissertação nos termos de Berenice Bento, como uma experiência identitária caracterizada pelo conflito com as normas de gênero. Parte-se da premissa que a heterossexualidade, como estrutura estruturante, institui uma percepção binária de existências sexuais, assegurando uma dominação simbólica que cria um consenso social em torno do caráter natural do gênero, isto é, definido pela genitália. As concepções de estrutura estruturante e dominação simbólica são inspiradas no pensamento de Pierre Bourdieu. A heteronormatividade decorrente dessa condição passa a referenciar a sexualidade no ordenamento social brasileiro, manifestando-se inclusive no caráter heteronormativo do Estado, que se expressa no pouco volume e não efetividade das políticas públicas voltadas para a proteção da vida de travestis e transexuais, cuja violência sofrida, no estado do Amapá, sequer conta com dados oficiais
que possibilitem seu dimensionamento. Dessa perspectiva, a heteronormatividade se transforma numa fronteira que precariza o acesso de pessoas trangênero à cidadania, concebida em sua flexão proposta para dar conta dos dissidentes da norma de gênero vigente, a cidadania sexual, conforme proposto por João Manoel de Oliveira. A justificativa da temática é premente, tendo em vista o contexto de extrema violência a que estão submetidos os indivíduos transgênero, em especial aqueles que se encontram atuando na prostituição de rua. A metodologia de pesquisa inicialmente seria o grupo focal, o mesmo teve que ser abandonado em virtude da dificuldade de acesso às fontes, diante da disponibilidade de apenas uma das que seriam participantes do grupo, optou-se pelo estudo da trajetória de vida, metodologia que permite a análise do tecido e das relações sociais estabelecidas na cidade a partir da história de vida de uma só pessoa. Para esta análise foi utilizado o método indiciário, a partir de prática interpretativa no âmbito da redução da escala de observação. à medida que a violência observada não se constitui em problema público para as dimensões
institucionais do Estado, que não produz dados sistematizados acerca da mesma, foram consultados relatórios produzidos por organizações não governamentais como o Grupo Gay da Bahia e a Transgender Europe, resguardando-se seu caráter indiciário, à medida que não possuem o refinamento técnico requerido para uma pesquisa acadêmica. A pesquisa bibliográfica foi feita tendo como critério de seleção o tema do trabalho, principalmente num alinhamento teórico à vertente de estudos transviados, em diálogo interdisciplinar com os campos da História, Ciência Política, Filosofia e Sociologia. Esta dissertação, ao propor uma fronteira que extrapola as tradicionais perspectivas desse objeto, cumpre a proposta do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Fronteiras em observá-las com heterogeneidade e ecletismo, dado o cosmopolitismo e existência na diversidade que esse objeto possui.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2361764 - CARMENTILLA DAS CHAGAS MARTINS
Externo ao Programa - 2120653 - JULIA MONNERAT BARBOSA
Notícia cadastrada em: 22/01/2019 16:00
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