TRANSNACIONALIDADE E CIDADANIA: UM OLHAR SOBRE BRASILEIROS NA GUIANA FRANCESA
Transnacionalidade. Migração. Amapá. Guiana Francesa.
Fenômenos migratórios sempre existiram na história da humanidade, mas, desde a consolidação do Estado-nação, o deslocamento de migrantes entre os países se acentuou e esteve na própria constituição das modernas nacionalidades. Com o advento da globalização, a migração internacional atingiu uma amplitude ainda maior com as transformações do modo de produção capitalista e a consequente repercussão no mundo do trabalho. Esta pesquisa busca, então, investigar dois efeitos do fenômeno migratório atual, especificamente nas relações fronteiriças entre o Amapá (Brasil) e a Guiana Francesa (França): a cidadania transnacional, que questiona o conceito de cidadania tradicional como a relação de uma pessoa com um único Estado-nação, passando a considerar aqueles sujeitos que possuem direitos em mais de um país; e a transnacionalidade, que também desafia os limites e a soberania desse Estado-nação ao destacar a atuação de pessoas que constantemente vão e vêm pelas fronteiras nacionais pondo em xeque o aparato repressivo e fiscalizador que costuma ser relegado ao trato dessas fronteiras de uma nação. Esta pesquisa se valeu da consulta às fontes bibliográficas dentre a já consubstancial literatura regional sobre a fronteira Amapá-Guiana Francesa. Focando principalmente nas bibliografias de cunho etnográfico, o presente trabalho pôde colher elementos para a análise e interpretação do material, chegando a conclusões que caracterizam os fenômenos da cidadania transnacional e da transnacionalidade conforme as especificidades da fronteira Amapá-Guiana Francesa.