O comércio de produtos e bens de subsistência entre Oiapoque (BR) Saint-Georges (FR)
Comércio. Subsistência. Atos internacionais. Cidades gêmeas. Fronteira guiano-amapaense.
Recentemente, houve um interesse renovado em estudar as transformações que vêm ocorrendo de forma acelerada em regiões fronteiriças, capazes de instigar proposições pertinentes ao estudo as implicações relativas ao comércio de mercadorias e a mobilidade de pessoas na organização espacial em regiões de fronteira internacional. Argumenta-se que esses fluxos têm relação com a dinâmica de interações sociais que se desenrolam entre a cidade de Oiapoque e a vila francesa de Saint-Georges (cidades gêmeas). Nesse sentido a presente pesquisa versa sobre o comércio de mercadorias e bens de subsistência institucionalizado a partir do acordo de 2014, o qual faz parte de um tríduo de atos internacionais relativos à abertura da Ponte Binacional em 2017. Pretende-se contribuir para caracterização do quadro institucional que modela as relações de cooperação entre os governos de Brasil e de França, considerando ser importante para entender como esse comércio tem significados material e simbólico, promovendo a intensificação das interações sociais, as quais transcendem os limites territoriais. Aponta-se para as implicações que são engendradas nas economias locais, uma vez que esse comércio movimenta redes estabilizadas na mobilidade de homens e objetos entre as cidades gêmeas indicadas. Para atender a proposição serão estudadas fontes bibliográficas, composta das análises de alguns estudiosos que discorrem sobre a temática. Serão utilizadas ainda fontes documentais produzidas no âmbito da cooperação transfronteiriça franco-brasileira a partir do acordo quadro (1996), ato que inicia todo esse processo de cooperação na fronteira guianoamapaense. Assim acredita-se que este trabalho também atualiza as informações sob as lentes das ciências humanas e sociais para essa região em constante processo de transformação.