AS DINÂMICAS DOS VENEZUELANOS NA REGIÃO DA FRONTEIRA FRANCO-AMAPAENSE.
Fronteira Franco-Amapaense. Venezuelanos. Dinâmicas. Trabalho. Família.
A chegada de venezuelanos desde 2015, que adentram pela fronteira brasileira em busca de melhores condições de vida e de trabalho, longe da crise política, econômica e social na Venezuela, traz uma nova discussão em torno da temática da migração sul-sul e das dinâmicas desse novo fluxo de pessoas em território nacional, particularmente na fronteira Franco-Amapaense. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar as dinâmicas de deslocamento de venezuelanos, na região fronteiriça Franco-Amapaense. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, através de revisão bibliográfica e de trabalho decampo, tomando como foco a trajetória de vida dessas pessoas. Far-se-á uma observação das amostras observação participante de venezuelanos em situação documentada e indocumentada nas cidades de Macapá e Caiena. Procura-se verificar de que maneira eles têm algum tipo de proteção social do Estado brasileiro e francês, tais como moradia, assistência jurídica, financeira e no mercado de trabalho, bem como sobre suas redes de contato. No total na primeira etapa de agosto a novembro de 2018, do trabalho de campo, foram realizadas seis entrevistas com venezuelanos documentados, três em Macapá, sendo dois refugiados e uma venezuelana com nacionalidade brasileira, e três em Caiena, um asilado, uma com visto de estudante e outro com visto de trabalho. Na segunda etapa de maio a setembro de 2019 do trabalho de campo, mais quatro pessoas foram entrevistadas em caiena, incluindo um pescador. Verificou-se que essa dinâmica de deslocamentos de venezuelanos para Macapá e Caiena é principalmente forçada, exceto para os pescadores que desenvolvem a pesca legalizada na Guiana Francesa, a população é predominantemente masculina, jovem e documentada. No Oiapoque, não há informação de venezuelanos naquele município, apenas dados de entrada e saída da Polícia Federal daqueles que estão em trânsito para alcançar a Guiana Francesa. Dos venezuelanos entrevistados, que estão trabalhando, apenas um não pretende retornar à Venezuela, os demais consideram retornar, somente, se houver mudança do governo atual em seu país.