ATLAS DO POVO INDÍGENA WAJÃPI DO AMAPÁ “ADVERSÁRIOS QUE ACERTAM OS INIMIGOS”: FAZENDO HISTÓRIA,
(DE)MARCANDO ESPAÇOS.
Ensino de História. Material Didático. História Indígena. Povo Wajãpi. Amapá.
Essa pesquisa se concentra na construção de um Atlas do povo Wajãpi do Amapá para ensinar História
Indígena. O objetivo foi construir um recurso didático com histórias e saberes da cultura Wajãpi para
corroborar com a aplicação da Lei n. 11645/2008 e promover práticas pedagógicas para a Educação das
Relações Etnicorraciais no ensino básico. A construção do material didático se justifica porque constitui um
desafio conectar a educação e o ensino de História com o lugar e as experiências dos povos indígenas na
contemporaneidade. A presença indígena está em toda parte, em nomes de lugares, expressões, costumes,
vocabulários, técnicas, entre outros. Aspectos que fazem parte de nossas vidas e de nossas histórias. Mas, há
dificuldades em trazer os conhecimentos e os saberes indígenas para nossas aulas, currículos e materiais
didáticos. Ainda pensamos e reforçamos a presença do indígena colonial. Assim, metodologicamente, a
pesquisa de cunho qualitativo, foi organizada por meio de: estudo bibliográfico envolvendo ensino de história
indígena, teorias da aprendizagem para uma pedagogia da autonomia/crítica/decolonial e linguagens para
produção do atlas; fontes como leis e decretos, que versam sobre o ensino de história e a temática indígena, e
documentos produzidos pelos Wajãpi. Os dados coletados foram sistematizados, estudados, problematizados,
decolonizados, interpretados e analisados, considerando que o conteúdo do material produzido será utilizado
por docentes e discentes do ensino básico. Como resultado foi construído o Atlas do Povo Wajãpi do Amapá,
com aspectos espaciais, geográficos, demarcação de sua terra indígena, suas memórias, suas cosmologias,
suas histórias e saberes. A conclusão da pesquisa tem como base as reflexões realizadas para construir a
proposta didática do Atlas; reflexões que poderão despertar docentes e discentes para conhecer a História
Indígena, sobretudo dos povos que vivem no Amapá; contribuir para decolonizar um ensino de História com
currículo e material didático ainda eurocêntrico, contribuindo para a Educação das Relações Etnicorraciais;
conhecer e reconhecer histórias outras, valorizando a diferença, a existência e resistência dos povos indígenas;
desenvolver com a temática indígena processos de aprendizagem/“ensinagem”, promovendo empatia,
autonomia, criatividade, respeito, solidariedade, criticidade, cooperativismo, dentre outros aspectos, no espaço
escolar e fora dele.