CADERNO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS: RESISTÊNCIA CABANA EM HQ.
Ensino de história. Cabanagem. Amazônia. Sequência Didática. História em quadrinhos. Decolonialidade.
A pesquisa aborda sobre sujeitos históricos que participaram do movimento da Cabanagem na Amazônia
paraense, entre os anos 1835 e 1840, mas que foram obliterados pela historiografia tradicional e silenciados
nos materiais didáticos do ensino básico. Assim, tem-se como objetivo propor material didático que expresse
a existência e re-existência de sujeitos invisibilizados no movimento da Cabanagem, na primeira metade do
século XIX, proporcionando a construção de saberes históricos em sala de aula, de forma lúdica e agradável,
com uma linguagem criativa. Como metodologia, pretende-se: problematizar o ensino de História da
Cabanagem na sala de aula, utilizando, além de autores e autores do ensino, as ideias e métodos pedagógicos
de Celestin Freinet, pensador da aprendizagem que faz uso da pedagogia laboral, e de referências da premissa
decolonial, entre elas de Catherine Walsh, que discute e questiona a subalternidade e a colonialidade do ser,
do saber e do poder com centralidade no pensamento europeu; interrogar acerca da ausência de pessoas
outras, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos, nos livros didáticos de História; elaborar sequências
didáticas para a confecção de histórias em quadrinhos sobre a Cabanagem, sugerindo-se realização de oficinas
para que discentes possam criar suas próprias HQs, a partir da problematização e construção de roteiros a
serem intercambiados com discentes da própria escola e de outras instituições de ensino. O resultado deste
trabalho desdobra-se em duas partes: um Texto de Apoio, com reflexões sobre a historiografia da Cabanagem
e Caderno com Sequências Didáticas com possibilidades de ensinar Histórias do movimento cabano com
sujeitos outros que foram obliterados pelo saber escolar. Como conclusão, almeja-se que o trabalho seja um
instrumento para que docentes do ensino fundamental (anos finais) possam, em conjunto com discentes, a
partir da pedagogia laboral, desenvolver autonomia para um conhecimento histórico decolonizante, despertar
empatia quanto ao tema estudado e fortalecer a criticidade, a atitude historiadora, a criatividade e a ludicidade
no ato de aprender e ensinar.