EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE, ANTIBACTERIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA DOS EXTRATOS DAS SEMENTES DE Bixa orellana L.
NLC, Propriedades farmacológicas, Urucum, Zebrafish
Introdução: Bixa orellana L. (Bixaceae), conhecida como “urucum”, “annatto”, cujas sementes possuem propriedades antioxidante, antibacteriana e anti-inflamatória, tem a bixina como composto majoritário presente em 80% dos extratos. Os extratos das sementes de “urucum” são matérias-primas para o desenvolvimento farmacêutico. Objetivo: Analisar morfologicamente fenótipos de Bixa orellana L. e avaliar as atividades antioxidante, antimicrobiana das frações e extratos in vitro, bem como a atividade anti-inflamatória da nanoformulação in vivo, obtida a partir do extrato oleoso das sementes de urucum (ASE). Metodologia: Foi determinado o conteúdo fenólico total, avaliado in vitro as atividades antioxidante e antibacteriana (CIM) das sementes dos três fenótipos de urucum (vermelho, amarelo e verde), usando diferentes solventes (hexano, acetato de etila, metanol e hidroetanólico). Nanomateriais foram desenvolvidos a partir do ASE, ácido mirístico e seus ésteres de ácidos graxos. A nanoformulação obtida (ASE + BNO-NLC) foi empregada em ensaio de toxicidade aguda e a atividade anti-inflamatória foi avaliada através da inibição da formação de edema em zebrafish adulto induzido por injeção intraperitoneal de carragenina. Resultados e discussão: A maior concentração de fenólicos totais (30,10 ± 0,05 mg EAG/g extrato, p < 00,5) e a maior capacidade antioxidante pelo método DPPH (CI50 97,81 ± 1,86 µg/ml, CE50 2,44 ± 0,04 e ARP 40,90 ± 0,77) foi encontrada na fração metanólica do fruto verde. A atividade antioxidante total (ensaio de fosfomolibdênio) apresentou a maior taxa percentual de inibição para a fração hexânica do fruto verde (68,04 ± 0,09) e fração metanólica do fruto vermelho (67,98 ± 0,33), sem diferença significativa entre ambas (p> 0,05). Os três extratos hidroetanólicos das sementes dos três fenótipos apresentaram altas propriedades antibacterianas contra Gram-positivos S. aureus Newman, com valores de CIM variando de 4,9 µg/mL a 6,6 µg/mL. As nanopartículas lipídicas obtidas utilizando ácido mirístico e ASE + BNO ou apenas BNO e nanoemulsões lipídicas produzidas a partir de tetradecanoato de metila e ASE + BNO apresentaram melhores resultados. A nanoformulação apresentou ausência de toxicidade na dose testada (dose de 1000 µg/kg, v.o.). No teste da atividade antiinflamatória, os grupos experimentais (ASE+ BNO-NLC) nas doses 50, 150, 500 e 650 mg/kg demonstraram efeito anti-inflamatório significativo (p<0,05), até o limite de dosagem de 500 mg/kg. Conclusões: Os achados confirmaram a atividade antioxidante dos extratos de B. orellana, a alta atividade antibacteriana dos extratos hidroetanólicos contra S. aureus Newman e efeito anti-inflamatório da nanoformulação obtida.