Desenvolvimento de nutracêutico nanotecnológico com produtos da Amazônia
leite de castanha da Amazônia; nanodispersão; Bertholletia excelsa; Bixa orellana; espalhamento dinâmico da luz.
A região amazônica apresenta uma diversidade ambiental com possibilidade de extração e produção de riquezas naturais, com elevados valores nutritivos e atividade biológica, bem como com grande importância econômica. A castanha da Amazônia (Bertholletia excelsa) e o Urucum (Bixa orellana L) são dois produtos Amazônicos obtidos em maior quantidade no Brasil. A castanheira da Amazônia está na lista de espécie vulnerável de extinção. A conservação das florestas em pé é primordial para manutenção da produção da castanha da Amazônia bem como da manutenção da população extrativista, que vive da coleta, extração e comercialização da castanha, grande parte indígenas. A castanha da Amazônia é rica em nutrientes e com propriedades organolépticas agradáveis, pode ser consumida de diversas formas, natural, seca, farinha, e extrato hidrossolúvel, que consiste em extrato fluido de origem vegetal, comumente chamado de leite vegetal. O mercado de produtos veganos está em ascensão, visto que um número crescente de pessoas opta por consumir produtos sem laticínios devido a fatores como um estilo de vida vegano e razões de saúde (alergia e intolerâncias alimentares). O extrato obtido das sementes do urucum possui o carotenoide bixina com alto potencial como aditivo alimentar, corante alimentar. A baixa solubilidade em água dos carotenoides torna a sua utilização em produtos aquosos um grande desafio tecnológico. Nanodispersões contendo carotenoides são consideradas alternativas viáveis para disponibilização dessas substâncias em meio aquoso. O objetivo deste trabalho é desenvolver uma bebida com base em produtos nutracêuticos com extrato hidrossolúvel de castanha da Amazônia e nanodispersão a base extrato de urucum. O extrato de urucum foi obtido com o uso de solvente verde, mistura hidroalcóolica. A nanoestruturação (diâmetro médio < 300 nm e índice de polidispersão < 0,400) foi alcançado através de método de baixo aporte de energia. A nanodispersão que apresentou melhores resultados foi utilizada no preparo da bebida com o extrato hidrossolúvel de Castanha da Amazônia e avaliada sensorialmente por público selecionado com resultado positivo para impressão global da bebida de 82,25% e a intenção de compra de 78,70%. A aceitabilidade dos consumidores revelou que um protótipo adequado de leite vegetal pôde ser obtido, contribuindo para uma abordagem integrada utilizando duas matérias-primas vegetais de interesse econômico para propósitos alimentícios.