TAXONOMIA E PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ECTOPARASITOS NAS BRÂNQUIAS DE PEIXES DA FAMÍLIA ANOSTOMIDAE DO RIO JARI, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL
Biodiversidade; Copepoda; Divergência; Ecologia; Filogenia; Micro-babitat; Monogenea; Therodamas; Urocleidoides
Os parasitos podem ser encontrados em todos os organismos de todas as espécies existentes na Terra, e peixe é o grupo de vertebrado com maior riqueza de espécies de parasitos. No presente estudo, investigou-se a presença de novas espécies de Monogenea e Copepoda em três espécies de Anostomidae, e avaliou-se padrões de distribuição espacial de Copepoda em exemplares dessas espécies de hospedeiros da região do baixo Rio Jari, Amazônia oriental, Brasil. Três novas espécies de parasitos foram descritas, sendo duas espécies de Monogenea: Urocleidoides jariensis n. sp. das brânquias de Schizodon fasciatus; Urocleidoides ramentacuminatus n. sp. das brânquias de S. fasciatus e Laemolyta proxima; e uma espécie de Copepoda: Therodamas longicollum n. sp. das brânquias de Leporinus fasciatus, elevando de 40 para 42 espécies de Urocleidoides, e de 7 para 8 espécies de Therodamas. Além disso, a análise filogenética para Copepoda revelou T. longicollum como grupo irmão dos demais membros família Ergasilidae, comprovando pertencer a essa família, e as estimativas de tempo de divergência mostram que essa linhagem divergiu no fim do Cretáceo, há 66,34 milhões de anos. Existe um padrão de distribuição espacial das espécies de copépodes nas brânquias de L. fasciatus, e isso está relacionado principalmente com o tipo de fixação desses parasitos. Ergasilus sp. e T. longicollum têm maior afinidade pelo 1º arco branquial. Porém, em relação as regiões no arco branquial (extremidades ou centro), observou-se que T. longicollum tem maior afinidade com a região central, enquanto Ergasilus foi associado principalmente com as extremidades, e essa afinidade por micro-habitat nas brânquias pode estar relacionada com as diferenças de fluxo de água nas diferentes regiões do órgão respiratório.