DESENVOLVIMENTO DE NANOEMULSÃO À BASE DE ÓLEO ESSENCIAL DE Aeollanthus suaveolens Mart. ex Spreng (LAMIACEAE) e AVALIAÇÃO DE SEU POTENCIAL ANTIBACTERIANO
Óleo essencial, Nanoemulsão, Atividade antimicrobiana, Catinga-de-Mulata.
A nanotecnologia é uma ferramenta que se aplica a praticamente todos os setores da ciência, sendo que na área da saúde o elevado investimento neste campo tem fomentado a ideia de que produtos nanotecnológicos proporcionam vantagens reais no combate a diversas doenças. Os avanços no conhecimento sobre obtenção e estabilidade dos sistemas dispersos viabilizam o desenvolvimento de veículos diferenciados como, por exemplo, nanoemulsões, que além da inerente estabilidade, servem como veículos para diversos produtos, com objetivo de melhorar a farmacocinética. A espécie Aeollanthus suaveolens é rica em óleos essenciais muito utilizados na medicina popular por apresentar atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e analgésica. No presente trabalho foi desenvolvido uma nanoemulsão à base de óleo essencial da espécie A. suaveolens e avaliação de sua atividade antimicrobiana frente à bactérias comparando a sua eficiência com o óleo essencial da planta. O processo de obtenção do óleo essencial foi realizado por hidrodestilação em aparato do tipo Clavenger e a identificação das substâncias presentes no óleo essencial foi feita por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massa CG/EM. As nanoemulsões foram preparadas por um método de baixo aporte de energia. A atividade microbiológica foi realizada pelo método de concentração inibitória mínima (CIM) com cepas Gram positivas e Gram negativas. Nas análises cromatográficas, os constituintes majoritários encontrados no óleo essencial de A. suaveolens foram Linalol (40%) e o (Z)--Farneseno (32,4%). As nanoemulsões apresentaram tamanho médio de partícula reduzida (142,2 ± 0,832 nm) e baixo índice de polidispersão (0,165 ± 0,003), além de indicativos de estabilidade físico-química. A nanoemulsão obteve efeito inibidor sobre as espécies S. aureus (0,52 mg/ml), P. mirabilis (0,52 mg/ml), P. aeruginosa (0,52 mg/ml), e E. faecalis (0,52 mg/ml), em comparação com o óleo essencial puro a nanoemulsão obteve uma eficácia antimicrobiana de 100 %. Essa formulação aumentou a eficiência do óleo nas cepas bacterianas empregadas, tornando os compostos monoterpênicos proeminentes mais disponíveis nos locais alvo. Este estudo abre perspectiva para o uso sustentável da espécie vegetal através de técnica de baixo aporte de energia, passível de ser reproduzida como medicamento fitoterápico.