ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR PESSOAS TRANS: UM ESTUDO À LUZ DA INTEGRALIDADE
Palavras-chave: acesso aos serviços de saúde; integralidade em saúde; minorias
sexuais e de gênero.
INTRODUÇÃO: transgênero é caracterizado como sendo uma pessoa que possui uma identidade de gênero que difere do típico do sexo atribuído ao nascer. A população trans comumente sofre casos de violência física e psicológica, motivadas por preconceito e violações de seus direitos por pessoas que desconhecem ou ignoram os preceitos morais e éticos de se conviver em sociedade. No campo da saúde, relata-se também a discriminação, a dificuldade de diálogo entre profissionais da saúde e usuários trans e o desrespeito ao nome social. Então, torna-se essencial identificar a população trans como usuária dos serviços de saúde, os quais devem atender às suas necessidades; sendo relevante para concretização dos direitos de acesso à saúde plena. OBJETIVO: analisar, de acordo com o princípio da integralidade, o acesso e utilização dos serviços de saúde por pessoas trans. MATERIAL E MÉTODOS: trata-se de um estudo do tipo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com pessoas transgêneros, transexuais e travestis autodeclarados de Macapá-AP. Para a coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada com perguntas abertas fechadas para guiar a entrevista. Para apoiar a organização e categorização dos dados, utilizou-se o software IRAMUTEQ para exame textual e segmento de texto. Nessa pesquisa, foram utilizadas as ferramentas de Análise por similitude, Classificação Hierárquica Descendente (CDH) e Nuvem de Palavras para organização das entrevistas coletadas. Após o término da coleta e análise dos dados, foi feita a leitura dos dados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. RESULTADOS: os resultados apresentados correspondem aos dados de 11 entrevistas com pessoas pertencentes à população trans, as quais foram organizadas transcritas, revisadas e organizadas em um corpus textual único para submissão às análises no software IRAMUTEQ. O corpus textual se compôs de 11 textos, as Unidades de Contexto Inicial (UCI), representando os 11 participantes da pesquisa. O software dividiu as 11 UCI em 276 Segmentos de Textos (ST) que continham 11.203 palavras, das quais 1.760 são palavras diferentes, e 929 palavras aparecem apenas uma vez no texto, os chamados Hápax. Sobre a utilização do serviço público de saúde, o SUS, todos os entrevistados relataram fazer uso (11=100%), com a grande maioria tendo que fazer uso da rede privada de saúde (10=91%) para realização de exames e procedimentos que não estão disponíveis no sistema gratuito. Por fim, quase metade dos participantes refere ir à instituições de saúde quatro vezes ou mais durante o ano (5=46%). CONCLUSÕES PRELIMINARES: a partir dos resultados obtidos, agrupados e analisados, sustentou-se o surgimento das categorias de discussão, as quais o software originou 2 classes: 1) O Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (que engloba a) Terapia Hormonal e; b) Difiduldade de Acesso) e 2) Relação Terapêutica no Serviço de Saúde sob a Ótica de Pessoas Trans (que engloba a) Acolhimento dos Profissionais; b) Nome Social X Nome Retificado; c) Medo do Preconceito e; d) Oportunidades de Melhoria).