OS IMPACTOS DA DOR CRÔNICA E A QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES SOVREVIVENTES AO ESCALPELAMENTO NA AMAZÔNIA.
Lesões por avulsão da pele; Avaliação em Saúde; Modalidades de Fisioterapia.
O escalpelamento é um trauma causado por avulsão do couro cabeludo pela preensão dos cabelos por eixos de motores em alta rotatividade e que leva ao arrancamento do couro cabeludo de forma abrupta. O acidente repercute em sequelas físicas e emocionais, que duram por anos e geram interferências na qualidade de vida e na funcionalidade das sobreviventes. Sendo assim, o estudo tem pôr o objetivo avaliar o impacto do escalpelamento em relação a qualidade de vida, dor, funcionalidade, catastrofização, cinesiofobia, depressão e atividade física nos quatro graus de escalpelamento. Trata-se de um estudo observacional descritivo, com corte transversal e abordagem quantitativa, composto por 32 mulheres vítimas de escalpelamento, avaliadas por dois pesquisadores através da aplicação de ficha de avaliação para a coleta de dados sociodemográficos e histórico clínico, seguido de avaliação do grau do escalpelamento pela Scalping Classification Scale per Affected Area (SCA), a intensidade da dor por meio da Numeric Rating Scale (NRS), aplicação dos questionários SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey) para avaliação da qualidade de vida, a funcionalidade da cervical por meio do Neck Disability Index (NDI), a cinesiofobia através da Tampa Scale of Kinesiophobia (TSK), a depressão utilizando o Beck Depression Inventory (BDI), a catastrofização da dor através da Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (EPCD), e o nível de atividade física através do Baecke Questionnaire of Habitual Activity (BQHPA). Os resultados do presente estudo demonstraram que independente do grau do escalpelamento existe comprometimento na qualidade de vida, a intensidade de dor é de moderada a alta, sendo que nos graus severo e muito severo a dor é mais alta, a funcionalidade da cervical é comprometida de maneira moderada, apresentam altos escores de cinesiofobia, e catastrofização, depressão moderada, e baixo nível de atividade física. Tais achados permitem identificar o real impacto do trauma e direciona a necessidade de acompanhamento multiprofissional com estratégias que contemplem essa população no contexto biopsicossocial.