VALIDAÇÃO DA ESCALA DE IDENTIFICAÇÃO DE SINTOMAS PSICOPATOLÓGICOS EM ESCOLARES (EISPE) PELO MODELO RASCH
Sintomas Psicopatológicos; Criança; Escolares; Modelo Rasch.
Introdução: O aparecimento dos transtornos mentais em crianças pode interferir no seu desenvolvimento psicológico e afetar seus relacionamentos interpessoais e seu desempenho escolar. Por isso, identificar precocemente crianças com risco de desenvolver quadros de transtorno metal, permitirá uma intervenção também precoce, minimizando o sofrimento da criança e de sua família. Objetivo: Este estudo teve como objetivo revalidar a Escala de Identificação de Sintomas Psicopatológicos em Escolares (EISPE) por meio do Modelo Rasch. Método: Trata-se de estudo metodológico de abordagem psicométrica que se propôs a validar a Escala de Identificação de Sintomas Psicopatológicos em Escolares (EISPE).A coleta de dados foi realizada em escolas estaduais de ensino fundamental de seis municípios do estado do Amapá: Macapá (três escolas), Ferreira Gomes (três escolas), Santana (três escolas), Mazagão (duas escolas), Calçoene (duas escolas), Oiapoque (três escolas), no período de agosto de 2015 a agosto de 2019. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados o Questionário sociodemográfico elaborado pela pesquisadora e Escala de Identificação de Sintomas Psicopatológicos em Escolares (EISPE), que é uma escala do tipo Likert com 23 afirmativas relacionadas ao humor, padrões alimentares, uso/abuso de substâncias psicoativas, ansiedade, condutas sociais, e atenção/atividade motora da criança. Os procedimentos analíticos foram representados pela avaliação da validade de construto, testada por meio do Modelo Rasch. Realizamos também uma análise de componentes principais (Principal Component Analysis) para verificar a dimensionalidade da escala. Unidimensionalidade significa que a escala, considerando o seu conjunto de itens, mensura um mesmo construto. Utilizamos o software R Studio para Windows para as análises de dados, utilizando o pacote “Extended Rasch Model” – ERM. Resultados: O estudo foi composto por 1.186 escolares de 6 a 12 anos, sendo a maioria do sexo feminino (54,38%), com idade média de 9,22 anos (DP= ± 1,62). A frequência semanal de prática de exercícios físicos foi em média 3,75 (DP= ± 1,5), e a renda familiar da maioria estava entre 0 a 5 salários mínimos (92,63%). A maioria afirmou que não possuía familiares que faziam consumo de substâncias psicoativas (91,6%), ou que faziam tratamento psiquiátrico (95,6%). A média de escore na EISPE foi de 30,32 (DP= ±0,52), o que indica que a maioria das crianças avaliadas apresentaram poucos sintomas psicopatológicos. Conclusão: os resultados deste estudo mostram que a EISPE possui validade, contempla em amplo espectro de sintomas psicopatológicos em escolares, sem redundância, o que a configura como valiosa ferramenta para análise epidemiológica da saúde mental de crianças e adolescentes no Brasil.