Fatores de risco cardiovascular em policiais militares de um Batalhão da Polícia Militar em Macapá-AP
Risco cardiovascular; Fatores de risco; Policiais militares.
O objetivo deste estudo foi estratificar o risco para doenças cardiovasculares em policiais militares do estado do Amapá. O estudo foi realizado no 1o Batalhão da Policia Militar do estado do Amapá com 101 policiais militares durante o processo de inspeção em saúde nos policiais que estavam aptos para a progressão de cargo. Para alcançar os resultados, a coleta de dados foi feita através de avaliação de exames laboratoriais (colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos), na Policlínica da sede do 1o Batalhão da Polícia Militar. A avaliação de saúde foi necessária para a verificação da pressão arterial e circunferência abdominal. Foi enviado um questionário online para cada participante, relativo à pesquisa sociodemográfica e econômica (ABEP), nível de atividade física (IPAQ) versão curta e Escala sueca de demanda-apoio. Os dados coletados foram analisados pelo SPSS, versão 26. As variáveis qualitativas foram caraterizadas através de frequências absolutas e relativas. Para as variáveis quantitativas foram utilizadas as medidas descritivas mínimo, máximo, média e desvio padrão. Os resultados foram avaliados pelo Coeficiente de Correlação de Spearman e teste exato de Fisher. A escala de estresse foi
confiável após aplicação do coeficiente de consistência interna Alpha de Cronbach. A maioria da amostra foi composta por homens (89,1%), com uma média de idade de 41,2 anos. Foi observado uma relação positiva entre aumento do risco cardiovascular com aumento da idade, na faixa etária de 50-56 anos, com 54,5% com risco intermediário e 45,5% com risco alto. Trabalhadores com ensino médio tiveram 28,6% com risco alto/muito alto, comparado com 9,2% dos policiais com Ensino Superior. Maior tempo de trabalho teve forte relação com o risco alto (p<0,001). Trabalhadores em setores administrativos teve forte relação com o alto
risco (25,6% versus 3,2% em trabalho operacional). O risco cardiovascular alto esteve mais presente em trabalhadores com dislipidemias (p=0,014) e hipertensos (p<0,001). 48,4% tinham excesso de peso e 27,4% com obesidade, estando presente a relação positiva entre estado nutricional com maior risco (p=0,042). Foram encontradas correlações positivas significativas do colesterol total (R = 0.251, p = 0.011), do LDL (R = 0.270, p = 0.006) e dos triglicerídeos (R = 0.288, p = 0.003) com o risco cardiovascular, indicando que o aumento dos valores de colesterol total, de LDL e de triglicerídeos leva a um aumento do risco cardiovascular. O aumento da C.A está positivamente correlacionada com o risco cardiovascular (R = 0.342, p = 0.010). 24,2% dos policiais foram classificados com comportamento sedentário. Não houve relação com o estresse e risco cardiovascular. Espera-se que a prevenção primária da aterosclerose ocorra de forma pontual nesta população do estudo e que não sejam apenas avaliados na ocasião de promoção de cargo ou quando houver sintomatologia importante.
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