CUIDADO FARMACÊUTICO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DEPRESSIVO: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE NO TRATAMENTO
Cuidado farmacêutico. Seguimento farmacoterapêutico. Transtorno depressivo.
A Depressão com intensidade de moderada ou grave, pode se tornar uma crítica condição de
saúde, podendo causar à pessoa afetada um grande sofrimento e na pior das hipóteses, levar ao
suicídio. No Brasil, a terapia medicamentosa é considerada a primeira escolha terapêutica; no
entanto, a farmacoterapia é associada à problemas como reações adversas, interações
medicamentosas e falta de adesão. Sendo assim, o farmacêutico pode melhorar os resultados do
tratamento, fornecendo serviços como educação ao paciente, melhorando a adesão e monitorando
eficácia do tratamento, através do Cuidado Farmacêutico que é a interação direta entre o usuário e
o farmacêutico, visando uma farmacoterapia racional para a obtenção de resultados definidos e
mensuráveis. No seguimento farmacoterapêutico monitora-se e avaliar-se a farmacoterapia em
pacientes, regularmente, para melhorar os resultados do tratamento. Dessa forma, este estudo
busca avaliar o impacto do cuidado farmacêutico e sua efetividade no tratamento, de pacientes
ambulatoriais, com transtorno depressivo, do AMB/CDM/HCAL. Selecionou-se 180 pacientes
adultos, com idade a partir de 18 anos, de ambos os sexos, residentes em Macapá/AP e em
tratamento para depressão, destes, 35 aceitaram participar do cuidado farmacêutico. Realizou-se
um estudo longitudinal e prospectivo, experimental, analítico-descritivo de intervenção. Com o
aceite do TCLE, o paciente responderia o inventário de depressão de Beck – BDI e seria
submetido a quatro consultas farmacêuticas. Uma inicial, depois, a segunda, terceira e quarta
consultas, com 30, 60 e 90 dias, respectivamente, por telefone. No cuidado farmacêutico aplicou-
se a metodologia Dáder. E por fim, o BDI, pós cuidado farmacêutico, seguido de um formulário
de pesquisa de satisfação. Os dados obtidos foram tabulados e analisadas em planilha do programa
Microsoft Excel 2016, para a elaboração de gráficos e tabelas e posterior análises descritivas e
analíticas. Para a análise estatística inferencial utilizou-se o SPSS versão 26. Quanto ao perfil da
população em estudo caracterizou-se em sua maioria por mulheres (74,3%), com idade entre 18 e
30 anos, solteiras e estudantes, praticantes de atividade física, que fazem psicoterapia e sem
comorbidades. Quanto ao perfil medicamentoso de antidepressivos prescritos, prevaleceu o uso de
ISRS. Entre os RNM identificados, o PRM 1 foi o mais comum, sendo a não adesão, a causa mais
frequente. Foram realizadas 91 intervenções, sendo 48 aceitas e os RNM’s resolvidos, 15 aceitas e
os RNM’s não resolvidos e 28 não aceitas e RNM’s não resolvidos. Quanto a adesão, 15 pacientes
aderiram regularmente e 13 não aderiram. E quanto a efetividade do cuidado farmacêutico, após a
análise estatística dos escores obtidos no BDI, antes e pós-intervenção, observou-se que, houve
uma melhora significativa na intensidade dos sintomas depressivos, comprovada estatisticamente
com o Teste T para amostras pareadas, que mostrou uma diferença estatística, ente as médias e
dispersão entre os escores do primeiro e do segundo momento, obtendo-se o p ≤ 0,01. E a nível
percentual, o teste do Qui quadrado, a nível de proporção e a nível de significância a 5%, apontou
uma diferença significativa estatística, com p ≤ 0,025.