ESTUDO RETROSPECTIVO SOBRE O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E MICROBIANO EM UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO E SEMI-INTENSIVO EM HOSPITAL PÚBLICO DE MACAPÁ/AP
Infecção. Cuidados críticos. Farmacorresistência. Saúde púbica
Os setores de tratamento intensivo possibilitam o aumento da sobrevida humana frente à graves patologias. No entanto, a combinação de utilização rotineira de dispositivos invasivos e uso indiscriminado de antibióticos nesses setores facilitam o surgimento de infecções por sua microbiota, assim como o aumento de sua resistência. Objetivou-se caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes adultos admitidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e Semi-intensivo (USI) o perfil de resistência microbiana encontrado em um Hospital Público de Macapá/AP. Foi realizada pesquisa quantitativa, descritiva e retrospectiva, com análise documental referente ao período de 2015 a 2017, que englobou 1117 pacientes. Houve maior frequência de indivíduos do sexo masculino tanto na UTI quanto USI (293 e 416, respectivamente), com faixa etária variando entre 48 e 58, tendo as doenças do aparelho circulatório como patologia de maior frequência em ambos os setores (n = 195 UTI e 416 USI), mas diferenciando-se em relação às demais, na UTI seguindo Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde (n = 171), ao passo que na USI foram doenças do aparelho respiratório (n = 148). O tempo de internação na UTI foi maior que na USI (12,55 dias vs. 6,2, respectivamente) e tendo principal desfecho Óbito (50% UTI e 42,53% USI) em ambos. No tocante aos dispositivos invasivos, houve predomínio de Sonda Vesical de Demora em ambos os setores (395 UTI e 502 USI), seguido por Acessos Venosos (389 UTI e 630 USI). Os antimicrobianos mais utilizados nos dois setores foram: Cefalosporinas de 3ª geração, Carbapenêmicos e Glicopeptídeos (UTI: 22,50%, 12,33% e 10,86%; USI: 22,20%, 10,32% e 15,12%, respectivamente). Os microrganismos mais identificados, em ambos os setores, nos exames de cultura foram: Pseudomonas aeruginosa (n = 48), Burkholderia cepacia (n = 26) e Acinetobacter baumannii (n = 17). Enquanto que Cefalosporinas foram os medicamentos de maior Resistência (n = 160 UTI e 102 USI), seguido por Penicilinas (n = 103 e 111, respectivamente); “Sem perfil encontrado” foi o mais frequente para o nível Intermediário (n = 50 e 86), seguido de Cefalosporinas (n = 22 e 14), e os mais Sensíveis foram Carbapenêmicos (n = 97 e 105) e Aminoglicosídeos (n = 94 e 86). Diante de tais resultados, conclui-se que, tanto UTI quanto USI, possuem perfil epidemiológico e de resistência microbiana similares, apesar de algumas especificidades. Todavia, mais estudos se fazem necessários para acompanhamento da manutenção ou mudança de tais perfis.