PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE SIFILIS
MATER E CONGÊNITA EM UMA MATERNIDADE REFERÊNCIA DO ESTADO DO AMAPÁ
Palavras-chaves: Sífilis; Sífilis Congênita; Epidemiologia; Amapá.
A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, de evolução crônica, curável e exclusiva do ser
humano. Quando não tratada ou tratada de forma inadequada, evolui para estágios de maior
gravidade, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo humano. Sua principal via
de transmissão é por meio do contato sexual nas relações desprotegidas. Quando não tratada ou
tratada de forma inadequada, pode ocorrer a transmissão vertical da gestante para o concepto
(sífilis congênita). Objetivou-se com esse estudo mapear o perfil epidemiológico dos casos de
sífilis materna e congênita em um hospital referência no atendimento materno-infantil no
Estado do Amapá, no período de 2018 a 2022. É uma pesquisa epidemiológica, descritiva, de
cunho documental e com abordagem quantitativa. A análise de significância das diferenças
entre os anos em estudo foi feita com o Teste do Qui-Quadrado ou o Teste Exato de Fisher,
considerando o nível de significância estatística quando p < 0,05. Os dados revelaram que no
período do estudo foram notificados 853 casos de sífilis materna e 324 casos de sífilis congênita,
dos quais 91,96% tiveram prognóstico positivo e 1,55% tiveram óbito por sífilis congênita. As
características epidemiológicas e clínicas das genitoras apontam que 50,06% tinham idade entre
21-30 anos; 93,32% da cor parda; 28,59% com baixa escolaridade; 95,79% dona de casa;
67,17% realizaram o pré-natal; 75,50% apresentaram VDRL reagente ainda no pré-natal;
53,46% receberam o diagnóstico de sífilis materna no pré-natal; enquanto que 45,61% no
momento do parto/curetagem; 41,85% não realizaram o tratamento adequado e 56,85% dos
parceiros não foi tratado concomitantemente à gestante. Já nas características epidemiológicas
e clínicas do recém-nascido, o maior número de diagnóstico positivo se deu em idade inferior
a 7 dias de nascido; 50,61% pertenciam ao sexo feminino; 96,29% apresentaram VDRL
reagente; 87, 04% com diagnóstico clínico assintomático e com desfecho positivo; 78,07%
tratados com Penicilina G Cristalina 100.000 a 150.000 UI/Kg/Dia - 10 Dias. Conclui-se que
apesar dos esforços governamentais para o controle e a erradicação da sífilis materna e
congênita, a patologia ainda persiste com altas taxas de prevalência no Estado do Amapá,
conforme evidenciou esta pesquisa. Logo, faz-se necessário intensificar as ações de rastreio das
gestantes para que iniciem o pré-natal o mais precoce possível, sensibilizar os parceiros para
que participem de forma efetiva do pré-natal, e capacitação das equipes de saúde para que
possam ofertar um manejo clínico de qualidade frente ao diagnóstico, acompanhamento e
tratamento da sífilis materna e congênita.