FATORES AMBIENTAIS QUE DETERMINAM A RIQUEZA, DIVERSIDADE TAXONÔMICA, FUNCIONAL E FILOGENÉTICA DE MORCEGOS EM UMA FLORESTA DE TERRA FIRME PRESERVADA NO NORDESTE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Chiroptera, diversidade alfa, traços funcionais, floresta tropical, filtro ambiental, morcegos filostomídeos, topografia, estrutura da vegetação, distância para o corpo d’água
Variações nas condições ambientais ao longo de gradientes desempenham um papel importante na distribuição das espécies por meio da filtragem ambiental de características morfológicas e fisiológicas, mas seus efeitos na diversidade de morcegos permanecem pouco entendidos. O objetivo principal deste estudo foi distinguir como a estrutura da vegetação (obstrução da vegetação, altura do dossel e área basal), topografia do terreno e distância para o corpo d’água mais próximo afetam as três dimensões da diversidade alfa (dimensões taxonômica, funcional e filogenética), além da predominância de alguns traços funcionais da comunidade de morcegos filostomídeos em uma área de floresta de terra firme preservada no nordeste da Amazônia brasileira. Após um total de 77.760 m² .h de esforço amostral, que resultou na captura de 279 morcegos pertencentes a 28 espécies, demonstramos que em áreas mais distantes do corpo d’água, a assembleia de morcegos é muito mais rica em espécies e taxonomicamente e funcionalmente mais diversa. A riqueza taxonômica também foi influenciada positivamente pela elevação do terreno. No entanto, não houve efeito de nenhuma das variáveis medidas sobre a diversidade filogenética. Contrariando as nossas expectativas, a massa média de morcegos foi influenciada positivamente pela área basal da floresta. Em conjunto, nossos resultados demonstram que variações sutis nas condições ambientais de um mesmo gradiente em escala local, são suficientes para direcionar as principais dimensões da diversidade alfa de morcegos.