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MARCIO DA PAIXAO BARROS
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MITO, LITERATURA E CULTURA:
um estudo da identidade cultural amapaense na obra Mitos e Lendas do Amapá de Joseli Dias
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Orientador : MARCO AURELIO SCARPINO RODRIGUES
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Data: 29/12/2023
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Esta pesquisa analisa a obra Mitos e Lendas do Amapá, de Joseli Dias, lançando mão das teorias relacionadas ao mito, principalmente o clássico, com a finalidade de explorar os aspectos culturais nele encontrados, bem como de reafirmar a identidade cultural do homem amapaense. Assim, a mencionada obra literária configura-se como uma integração de narrativas que servem de composição para a identidade cultural do estado do Amapá. Percebe-se, por meio das narrativas escritas pelo jornalista, que o imaginário amazônico é tido como pano de fundo da cultura desse estado nortista e desenhado de forma escrita do oral para o literário. Por meio dos estudos em torno do mito como ponto de partida para a construção de uma identidade, especificamente da análise da obra de Joseli Dias, dos conceitos de Mito, Cultura e Identidade Cultural, visa proporcionar o contato e a divulgação da cultura do homem amapaense, além de fortalecer o vínculo com sua identidade cultural.
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MARVEN JUNIUS DA COSTA FRANKLIN
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AS BALIZAS FLUTUANTES DA AMAZÔNIA: MEMÓRIA E IMAGINÁRIO NA OBRA NA OBRA LUGAR DA CHUVA – CRÔNICAS DO AMAPÁ DE LULIH ROJANSKI
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Orientador : RAFAEL SENRA COELHO
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Data: 29/12/2023
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Este trabalho analisa os traços de memória e imaginário na Amazônia e na obra Lugar da chuva – Crônicas do Amapá (2001), de Lulih Rojanski. O livro descreve as relações e paisagens do cotidiano amapaense a partir de inúmeros lugares visitados pela autora. Tratam-se de crônicas que entremeiam as memórias de Lulih, a respeito de lugares, pessoas e tudo que reforce seu sentimento de pertencimento ao locus amazônico. A obra em questão visa representar um olhar poético acerca do cotidiano amapaense, recriado no campo literário. Diante disso, a proposta da presente pesquisa visa se deter sobre os traços de memória e imaginário do Amapá em uma obra literária motivada por experiências e expectativas da autora. A análise crítica empreendida aqui visa identificar quais são as temáticas condutoras nas crônicas de Rojanski, considerando seu olhar poético e sua expressão capaz de valorizar temas comuns à Amazônia.
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CATIANO DA SILVA GAMA
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ROCQUE PENNAFORT: UMA TESSITURA LITERÁRIA, MEMORIALISTA E HISTÓRICA
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Orientador : FERNANDA CRISTINA DA ENCARNACAO DOS SANTOS
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Data: 29/12/2023
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O presente trabalho visa analisar as memórias de Rocque Pennafort contidas na obra de Sonia Zaghetto (2019), História de Oiapoque: Com o Arquivo e as memórias de Rocque Pennafort, essa análise tem o objetivo de apresentar as contribuições histórico-literárias presentes nessas memórias, dando destaque para a relevância dessa voz amazônida na formação e identificação cultural do povo que ocupa a fronteira franco-brasileira. Entender como se deu a ocupação desse espaço principalmente pelos migrantes nordestinos no início do século passado, também é objeto dessa pesquisa. Quanto a metodologia utilizada, o estudo em epígrafe tem como base à pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, nas quais as memórias escritas de Rocque Pennafort é o foco central que vem sendo estudado, sob a ótica de que esses relatos ajudam a contar a história do extremo-norte do Brasil e ainda esses textos fazem parte do acervo literário da região amazônica. Para que esse estudo tenha sua efetividade, está sendo necessário um embasamento teórico que sustente a análise dessa obra, dentro da perspectiva do contributo da mesma no quadro de memórias orais e escritas, narrativas histórica e narrativas ficcionais amazônida, para essa tarefa estão sendo utilizados estudos de Wolfgang Baldus (2019), Alfredo Bosi (1996), Joel Candau (2012), Antonio Candido (2006), Roger Chartier (2010) Jonathan Culler (1999), Marcelo Lachat (2019), Jacque Le Goff (1990), João Moraes (1964), Pierre Nora (1993), Paul Ricoeur (1997), Carlos Romani (2011), Zappone e Wielewicki (2009), Germana Sales (2022), Artur Reis (2019), Paul Little (1994), Isabel Guillen, Rogerio Alicinio (1970) e José Gonçalves (2021). A pesquisa vem sendo fundamentada, também, com a obra Clássica “ Geografia da Fome : o dilema brasileiro : pão ou aço” de Josué de Castro (1984), o uso desse estudo clássico tem ajudado a melhor compreender o fenômeno migratório o qual os Pennafort participaram “Fuga dos nordestinos da seca do sertão para a selva amazônica”. Recorreu-se ainda para o romance de Dalcídio Jurandir Chove nos Campos de Cachoeira, com os fins de demonstrar a importância da obra literária na apresentação ao mundo do lugar chamado Amazônia. O presente texto para qualificação de mestrado tem por hora constituído parcialmente dois capítulos que abordam as questões das memórias, migrações da família Pennafort e as tessituras histórica e literária presentes na obra de Rocque Pennafort.
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ALINE MONTEIRO DOS SANTOS
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POESIA E PERFORMANCE EM MACAPÁ:
A CIDADE COMO PALCO E O CORPO COMO TEXTO
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Orientador : YURGEL PANTOJA CALDAS
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Data: 28/12/2023
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A poesia, que tem a cidade de Macapá como um verdadeiro palco, é escrita com o corpo do artista, no qual a sua voz e os seus movimentos performam discursos múltiplos do sujeito da Amazônia, suas memórias e experiências. É a partir desse contexto que este trabalho buscou compreender o modo de produção e circulação do movimento poético performático na cidade de Macapá enquanto fenômeno social e urbano. Partindo da interlocução das teorias acerca do estudo das literaturas pós-coloniais, dentre eles, a colonialidade do poder, estruturada nas relações raciais e patriarcais que sustentam essa matriz (Walter D. Mignolo); do entrelugar de uma literatura que viveu e vive o extermínio de seus traços originais (Silviano Santiago); e os modos de abordagem do texto literário em contexto amazônico, como a Teoria da falta (José Luís Jobim) e a teoria do Vazio cultural (Roberto Mibielli), além de análise das performances dos artistas que se apresentam dentro do espaço urbano de Macapá e que produzem discursos de sujeitos em sociedades pós-coloniais que, em um primeiro momento, revelam temáticas como a questão racial, indígena, feminista e o corpo transgênero e o não-binárie. Este trabalho objetiva compreender as dinâmicas desse movimento artístico, os seus personagens, o público, o modo de produção e a circulação desses textos-corpos. A partir disso, importa discutir as relações construídas entre o espaço urbano enquanto lugar de transformações por meio das políticas de Estado, o corpo enquanto texto capaz de criar linguagens que expressem a memória e as influências de uma cultura negra, indígena e ribeirinha e, por último, a poesia enquanto arte engendrada da linguagem social, bem como seus impactos na cultura e na sociedade locais.
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ARAWAJE WAIANA APALAI
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Sero menu otumakatopõpyry wajana Aparai tõ zono me ehtohme
O surgimento do grafismo corporal entre os Wayana e os Aparai
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Orientador : GELSAMA MARA FERREIRA DOS SANTOS
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Data: 24/12/2023
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Esta pesquisa trata do surgimento do grafismo corporal dos povos Wayana e Aparai, cujo objetivo é documentar esse conhecimento por meio de narrativas, identificando cada um dos grafismos, seus respectivos nomes, quem os usa, para que são usados, os produtos utilizados para fazer as pinturas e qual é a sua função simbólica entre os dois povos. A metodologia utilizada para isso foi a história oral, obtida através de narrativas sobre a origem do grafismo, entrevistas com os conhecedores e a realização de observações na aldeia Bona, com homens e mulheres adultos e anciãos, os sábios, detentores de conhecimento em relação à origem dos grafismos. Os dois grupos vivem juntos há muitos anos, na aldeia Bona, uma vez que falam línguas da mesma família linguística, o que tornou fácil a convivência. A aldeia Bona facilita essa convivência por ser uma aldeia central, nela tem o aeroporto, atendimento de saúde, comunicação com outras partes do Parque do Tumucumaque e com a capital, Macapá. Sobre o grafismo, observa-se que não é possível identificar exatamente o que vem de cada lado, pois eles passaram a compartilhar formas e técnicas. Por mais que existam narrativas sobre o assunto, os mais jovens, muitas vezes como eu, não as conhecem, além de também desconhecer nomes, usos, entre outros. Por fim, com isso consegui catalogar uma lista de nomes dos grafismos e informações sobre os materiais usados e seus usos sociais, tornando-as de extrema importância para nós, jovens, crianças e professores indígenas.
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JOSE HELDER DE SOUSA BRANDAO
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IDENTIDADES E MEMÓRIAA AFRO-AMAPAENSES NA PERFORMANCE CULTURAL DO BATUQUE RAÍZES DO BOLÃO
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Orientador : EMERSON DE PAULA SILVA
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Data: 23/12/2023
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Esta pesquisa visa identificar a presença de identidades e memórias afro-amapaenses na Performance Cultural do grupo Raízes do Bolão da comunidade remanescente de quilombo do Curiaú, zona rural de Macapá-AP. Intenta observar as diversas dinâmicas culturais de matrizes africanas existentes na tradição do Batuque dessa comunidade e descrever como essas práticas tradicionais incorporadas à Performance Cultural do grupo reúnem ensinamentos, restituem e repassam saberes ancestrais através da tradição oral comum aos povos africanos, estabelecendo a relação ensino/aprendizado acerca da ancestralidade afro-amapaense, dentro e fora dessa comunidade. Almeja tratar como as oralidades movem diversos conhecimentos e reproduzem narrativas tradicionais, que ensejam identidades e laços culturais às comunidades, restaurando memórias e costumes antepassados por ação de dinâmicas e práticas culturais performativas, como: cantar, dançar, batucar, existentes nas manifestações culturais afro-amapaenses, restabelecendo conexões temporais entre comunidades afrodescendentes e antepassados africanos. Como objetivos específicos, este trabalho aponta as especificidades das tradições do Batuque e do Marabaixo, sinalizando à desconstrução da lógica eurocêntrica, que generaliza e iguala as manifestações culturais afro-brasileiras. Referente à manifestação cultural do Batuque, faremos um recorte falando das Bandaias (cantigas de Batuque do Curiaú), tendo como referência a poética da oralidade com base nos escritos sobre Oralituras de Leda Martins (1996). Este trabalho concentra-se no campo da Performance Cultural ao tratar de comportamentos recuperados, dinâmicas e práticas culturais de matrizes africanas rememoradas por participantes e praticantes de manifestações culturais afro-brasileiras, que restituem no Brasil formas celebratórias originárias dos povos antepassados africanos; memórias e vivências grafadas/inscritas na trajetória da pele dos sujeitos envolvidos com os atos celebratórios-ritualísticos contidos nas tradições afro-diaspóricas-brasileiras. Para fundamentação teórica desta pesquisa, teremos por base estudos referentes à Memória e Oralidade, de Leda Maria Martins (2021) e estudos sobre Performances Culturais, de Zeca Ligiéro (2011), que abrangem interpretações referentes ao legado ancestral das manifestações culturais afro-brasileiras.
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SILVIA VIDAL ALMEIDA
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MEMÓRIAS DE PAJELANÇA: OS SABERES TRADICIONAIS DOS KARIPUNAS DA ALDEIA KUNANÃ, TERRA INDÍGENA JUMINÃ, AMAPÁ
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Orientador : YURGEL PANTOJA CALDAS
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Data: 22/12/2023
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O presente trabalho apresenta relatos de moradores da Aldeia Kunanã sua historicidade, identidades culturais, geográficas e saberes tradicionais da Terra Indígena Juminã onde residem uma parte dos indígenas da etnia Karipuna, na aldeia Kunanã, localiza à margem esquerda do igarapé do Juminã, um afluente do baixo rio Oiapoque, município ao norte do estado do Amapá. Trata-se de uma região de várzeas, savanas e florestas entrecortadas por igarapés e lagos, que abriga a interação de quatro povos indígenas, incluindo os Karipuna, foco de nossa pesquisa. O objetivo geral desta pesquisa é registrar as experiências dos indígenas Karipuna, a partir da coleta de suas memórias orais e de registros fotográficas que revelem as formas de manifestações culturais com os saberes material e imaterial dos povos indígenas, incluindo a manipulação de elementos do ambiente para a feitura de objetos e ritos de cura e proteção da população indígena envolvida nesse processo. Como procedimento para a coleta desse material, foram utilizadas a observação participante e a técnica de entrevistas com os moradores da comunidade da aldeia Kunanã, apoiadas no embasamento teórico de autores como Gallois (2006), Sampaio (2000) e Vidal (2009).
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SILVANEIDE SANTOS MENEZES
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ENTRE POLÍTICAS DE COTAS E POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA COMUNIDADES INDÍGENAS: um estudo sobre a convergência entre o aparato legal e as práticas linguísticas na universidade.
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Data: 22/12/2023
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A pesquisa intitulada “Entre políticas de cotas e políticas linguísticas para comunidades indígenas: um estudo sobre a convergência entre o aparato legal e as práticas linguísticas na universidade” é um trabalho de natureza qualitativa que busca compreender como, se e de que modo a política de cotas para indígenas nas Universidades públicas amapaenses coaduna com a política de direito de uso das línguas indígenas no espaço acadêmico, atentando para o uso, a aceitação, a legitimidade e a representação dessas línguas na Universidade. Partindo de uma retomada histórica das políticas de Ações Afirmativas, a pesquisa fundamenta seu referencial na noção de Direitos Linguísticos e nos conceitos de Política e Planificação Linguística, amplamente discutidos por Haugen (1972) Calvet (2002), Hamel (2012), Spolky (2004) e alinhados à noção de Política Pública, na busca de correlacioná-los ao aparato legal que sustenta a entrada de brasileiros indígenas nas universidades públicas brasileiras. A pesquisa realizada é de natureza analítico/descritiva, quali/quantitativa, cujos instrumentos de pesquisa foram o levantamento bibliográfico e documental e entrevistas semiestruturadas, com vistas a ampliar o conhecimento sobre a atual situação linguística dos acadêmicos que frequentam universidades públicas no estado do Amapá. Nesse âmbito, é possível afirmar que apesar de haver dispositivos legais que garantam o acesso dos grupos minorizados às universidades, e legislação que assegure direitos linguísticos e políticas linguísticas de uso das línguas minoritárias no âmbito acadêmico, ainda assim, observa-se tanto uma instabilidade quando se trata das práticas linguísticas no contexto acadêmico das Instituições do Estado do Amapá quanto uma inexistência de políticas linguísticas que convirjam para uma efetiva integração da comunidade universitária indígena.
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ROSANA CLÁUDIA ANDRADE CIRINO DE MOURA MENDES
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MAZAGÃO VELHO E A FESTA DE SÃO TIAGO: REPRESENTAÇÕES HISTÓRICAS E CULTURAIS POR FERNANDO CANTO, FINEIAS NELLUTY E VERÔNICA DOS TAMBORES
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Data: 20/12/2023
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A presente pesquisa, apresenta como tema: “Mazagão Velho e a Festa de São Tiago: Representações históricas e culturais por Fernando Canto, Fineias Nelluty e Verônica dos Tambores”, refere-se à dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Amapá e apresenta três capítulos. O primeiro capítulo dedica-se à exploração dos caminhos históricos de Mazagão Velho, especialmente o contexto da Festa de São Tiago. O segundo capítulo direciona-se ao diálogo com as referências teóricas sobre representação, cultura e identidade, delineando os pressupostos analíticos presentes nas letras de canção "Farras e Cimitarras", "Festa São Tiago – Mazagão Velho" e "São Tiago me chamou, eu vou". Além disso, apresentaram e discutiram-se os principais conceitos teóricos que orientam a análise das noções de representação, cultura e identidade, e examinaram-se letras de canções compostas por Fernando Canto, Fineias Nelluty e Verônica dos Tambores. O terceiro capítulo traz reflexões sobre a celebração da Festa de São Tiago em Mazagão Velho no Ano de 2023, em um Contexto Pós-Pandemia que descreve as cenas do ritual da festa, nos entrelaça diálogos entre o sagrado e o profano e ainda mostra as nuances dos aspectos políticos da festa de São Tiago. Propôs-se, por meio deste trabalho, a investigar temas relacionados à representação, cultura e identidade, valendo-se de uma revisão de literatura aprofundada, análise das letras das canções e visita à vila de Mazagão Velho no ano de 2023. Durante o estudo, constatou-se que o santo reverenciado em Mazagão Velho é São Tiago, figura proeminente, apóstolo de Jesus Cristo, particularmente na sua representação guerreira.
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VALCIR DOS SANTOS BRAGA
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PORTUGUÊS BRASILEIRO (ESCRITO) EM USO POR ALUNOS INDÍGENAS EM CONTEXTO URBANO DA CIDADE DE MACAPÁ
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Orientador : ANTONIO ALMIR SILVA GOMES
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Data: 19/12/2023
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A presente dissertação tem como objetivo compreender as características da produção escrita do Português Brasileiro (PB) por estudantes indígenas, tanto do ponto de vista da gramática (fonética, fonologia e morfossintaxe), quanto do ponto de vista da interação textual (produção e interpretação), a fim de propor modelos que possam aprimorar as práticas relacionadas à escrita. O ponto inicial deste estudo reside na seguinte problemática: quais são as características da produção escrita do Português Brasileiro pelos alunos indígenas matriculados na E. M. E. F. José Leoves Teixeira? A pesquisa assume uma natureza descritiva e propositiva, com abordagem qualitativa, ancorando-se nos pressupostos de autores como Gallois (1986), Rodrigues (1986, 1993), Seki (2000), Franchetto, Gallois e Valadão (2001), Gallois e Grupioni (2003), Perini (2005), Lima (2011), Gomes (2012, 2018), Cândido e Santos (2019), Carneiro, Colares e Sousa (2021). Os resultados emanados da coleta de dados revelaram uma diversidade de variações na escrita, intrinsecamente associadas à influência das línguas maternas dos estudantes. Nesse âmbito analítico, emerge a perceptível necessidade de retomar os fundamentos teóricos e explorar novas perspectivas para aprimorar as práticas pedagógicas. Isso pode ser efetivado por meio da adoção de abordagens metodológicas inovadoras, inclusivas e contextualizadas, cujos efeitos serão refletidos não somente no contexto educacional, mas também no tecido social em que esses alunos estão inseridos.
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SUELLEN BARBOSA DE ALMEIDA
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UM OLHAR AUTOBIOGEOGRÁFICO PARA AS VOZES ANCESTRAIS DA ALDEIA KUNANÃ
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Orientador : NATALI FABIANA DA COSTA E SILVA
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Data: 04/12/2023
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Auxiliada pela metodologia da história oral e da fotografia, esta dissertação tem como objetivo principal apresentar um pouco da história, da organização social, das práticas ancestrais, das tradições, dos papéis de cada membro da comunidade indígena do Kunanã, aldeia localizada na Terra Indígena (TI) Juminã, no município de Oiapoque, interior do Estado do Amapá-AP, assim como apresentar meu olhar individual, mas carregado de coletividade das vozes dos meus ancestrais. O ato de escrever sobre nossa história é fazer ecoar os anseios e dar voz a pessoas que, na sua maioria, já não estão entre a gente fisicamente, mas são vividos, por meio da memória, em nossas lutas. Pautado em relatos, entrevistas e rodas de conversas junto à comunidade indígena do Kunanã, este trabalho busca evidenciar e valorizar o nome de pessoas muito conhecidas dentro dela, assim como algumas práticas bem particulares dessa região. Para refletir e compreender sobre os procedimentos da memória e da memória coletiva, apoiamo-nos em Le Goff (1990), Halbwachs (1968) e Bosi (1987). Para aprofundarmos o nosso conhecimento sobre as etnias do Amapá e do norte do Pará, dialogamos com Vidal (2009), Tassinari (1998), Gallos (2003) por nos ajudarem a entender, lembrar e recontar a história das etnias que habitam a região norte. Recorri ao trabalho dos fotógrafos João Roberto Ripper e Nay Jinknss, ambos brasileiros, para me ajudarem a dialogar com as imagens que acompanham este trabalho como uma forma de “abrir” nosso álbum familiar mostrando e dando nome a todos aqueles que me ajudaram nesse processo de construção da minha “autobiogeografia”, conceito criado pela professora e pesquisadora indígena Fernanda Vieira de Sant’Anna. Por fim, também busco o diálogo com indígenas que se preocupam em contar suas histórias, perpetuando, assim, o legado ancestral, o conhecimento, como Kopenawa (2015), Krenak (2020), Santa Rosa (2020) e Sant’ Anna (2021).
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ELIENAI MORAES BARBOSA
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PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA DOS NEGROS DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO DO CARVÃO-AP.
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Data: 01/12/2023
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Esta dissertação trata de práticas discursivas de subjetivação dos negros da comunidade remanescente de quilombo do Carvão, no Distrito do Município de Mazagão, no estado do Amapá. Como tal, insere-se na linha de pesquisa “Diversidade linguística na Amazônia” e se inscreve no campo teórico e metodológico dos Estudos Discursivos Foucaultianos. O objetivo geral de analisar os modos como as práticas discursivas de subjetivação promovem a constituição dos sujeitos negros daquela comunidade foi o que nos orientou em nosso percurso investigativo. Por sua vez, os objetivos específicos são estes: a) descrever as festas tradicionais de N. Sra. da Piedade, N. Sra. da Conceição e S. Tomé, assim como as práticas de Batuque, Sairé e Marabaixo; b) Visibilizar, nos discursos dos sujeitos, as relações de saber-poder constitutivas de práticas de resistência; c) Entender o funcionamento das sequências enunciativas na subjetivação dos negros do Carvão. O discurso – que se concretiza por meio do que foi efetivamente dito e escrito (os textos) – é um espaço atravessado por relações de consensos, de conflitos, de saber e de poder. Em suma, é construído por relações sociais e historicamente situadas. Portanto, analisá-lo é buscar compreender como os sujeitos são produzidos nele e por ele, e como os próprios sujeitos o produzem. Para levarmos a efeito essa empreitada, utilizamo-nos do aporte bibliográfico e da pesquisa de campo. No primeiro, nos baseamos nas obras de Foucault (1995, 2009, 2014a, 2014b, 2020a, 2020b e 2021); além desse autor, destacamos Deleuze (2019), Gutting (2021), Navarro (2020), Fischer (2001), Oliveira (2015), Videira (2020), Motinha (20--?), entre outros, que contribuíram relevantemente para as nossas argumentações. No segundo, realizamos visitas ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá, à Secretaria de Estado do Planejamento do Amapá, para a obtenção de informações socioeconômicas a respeito do município e do distrito, e à própria comunidade do Carvão, para a realização de entrevistas com os moradores. Do nosso arquivo, fazem parte 5 entrevistas, das quais extraímos 13 sequências enunciativas (SE), que analisamos com base na abordagem arqueogenealógica de Foucault. Os resultados da análise mostram que as práticas religiosas constitutivas do Catolicismo Popular cultivadas pelos negros do Carvão são percebidas como herança por esses sujeitos. São práticas discursivas portadoras de sua historicidade, e elas moldam seu ser, pensar, sentir e agir. Sua manutenção demarca uma forma de conexão com Deus e com os santos católicos, além de uma ligação afetivo-espiritual com sua ancestralidade e reverência a ela. Mostram também que o preconceito e a discriminação são fenômenos discursivos de objetivação que ainda circulam nos dizeres do corpo social local, de sorte que as atitudes de resistências visibilizadas na pesquisa encontram neles, predominantemente, sua razão de ser.
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ELINE SAMARA DE SOUZA SANTOS
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A SELVA DE FERREIRA DE CASTO: memória cultural da Amazônia no ciclo da borracha
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Orientador : NATALI FABIANA DA COSTA E SILVA
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Data: 23/11/2023
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A presente pesquisa tem como objetivo analisar a literatura como um instrumento de representação da memória amazônica no período do ciclo da borracha, utilizando como instrumento de estudo o romance A Selva, do autor português Ferreira de Castro. No romance, o autor retrata a história de sofrimento e de exploração a que diversos trabalhadores foram submetidos durante o processo de extração de látex na Amazônia, apresentando também elementos que ajudam a compreender o processo de formação sociocultural da população local da época. A Selva foi escolhida para a pesquisa devido a sua relevância para o conhecimento das práticas exploratórias que eram realizadas na Amazônia no período do ciclo da borracha, além de apresentar importantes aspectos culturais da sociedade da época, uma vez que Ferreira de Castro nos mostra, por meio da ficção, elementos da experiência real vivenciada por ele em sua juventude na Amazônia.
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ELIZABETE DOS SANTOS PISA WAIANA
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NARRATIVAS INDIGENAS NO CONTEXTO ESCOLAR. Identidades e memórias do povo Waiana e Aparaí
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Orientador : NATALI FABIANA DA COSTA E SILVA
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Data: 13/11/2023
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Este trabalho apresenta narrativas e memórias dos povos Waiana e Aparaí que habitam a comunidade Maxipurimo, problematizando as práticas culturais, as narrativas e as memórias como integradores na educação das escolas do Parque do Tumucumaque – em especial da Escola Estadual Maxipurimo. Defendemos a utilização de lendas, mitos e histórias dos povos indígenas para uso didático por entender a importância de conhecer os modos de vida dos indígenas do Brasil, em especial, dos povos Waiana e Aparaí. Nossa hipótese é a de que recorrer às histórias, mitos e lendas indígenas na educação infantil indígena como meio de manter os alunos e as alunas conectados e conectadas à diversidade cultural e de despertar neles e nelas o interesse e a valorização da identidade indígena pode reverter um atual quadro de apagamento da cultura e da língua Waiana e Aparaí que ocorre devido ao processo histórico de colonização, à ocupação geográfica de difícil acesso dos povos Waiana e Aparaí, que faz nascer o desejo de evasão das aldeias, além de retomar tradições já esquecidas pelo constante contato com os não índios. Para alcançar o objetivo desta pesquisa, focamos nas narrativas que tematizam o mito da lagarta Turuperé. São apresentadas memórias desses povos construídas ao longo do tempo associadas à história de vida da pesquisadora desta dissertação, que é de origem Waiana, além de professora indígena do Parque do Tumucumaque e, atualmente atuante na direção da escola Maxipurimo. A escolha metodológica se dá por meio de observação do ambiente escolar, pela pesquisa bibliográfica através da consulta de dados em instituições como FUNAI, IEPÊ, pela leitura de teóricos como Gallois e Grupionni (2003), que apresentam o contexto geográfico de localização das aldeias Waiana e Aparaí. Também buscamos fazer uma apresentação do contexto Waiana e Aparaí e, para isso, investigamos as possíveis origens dos Waiana e Aparaí, de seu tronco linguístico e dos aspectos de vida dos Waiana e Aparaí. Além disso, entrevistamos anciãos e anciãs Waiana e Aparaí para ouvir suas perspectivas acerca da história e das tradições de seus povos. Em seguida, discorremos sobre a educação como prática libertadora a partir dos estudos de Freire (1967), Morin (2000) e Krenak (2021). Apoiamo-nos em Medeiros (2018) para abordar a educação indígena no Brasil de maneira mais ampla. Ao falar das escolas indígenas dos Waiana e Aparaí voltamos a utilizar as pesquisas de Gallois e Grupionni (2003) somadas ao trabalho do casal Koen (1995) para a formulação de um dicionário dos povos Waiana e Aparaí.
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ISA DOS SANTOS
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ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A VITALIDADE LINGUÍSTICA DA VARIEDADE KARIPUNA DA LÍNGUA KHEUÓL DO UAÇÁ DA ALDEIA ESPÍRITO SANTO
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Orientador : GLAUBER ROMLING DA SILVA
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Data: 20/10/2023
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A dissertação tem como foco a língua kheuól do Uaçá falada pelos Karipuna especificamente da aldeia Espírito Santo localizada na Terra Indígena Uaça no município de Oiapoque, Amapá- Brasil, fronteira com a |Guiana Francesa. Com objetivo de analisar e mensurar a vitalidade linguística do kheuól karipuna, quanto ao seu uso nesta comunidade. Como indígena Karipuna e moradora da aldeia Espírito Santo, percebi, informalmente, que ocorre mudanças negativas em relação ao uso, transmissão intergeracional e atitude linguística vêm ocorrendo na referida comunidade. Dessa forma, empreendi um estudo sistemático que buscou mensurar essa percepção. Trata-se de uma pesquisa documental e de coleta de dados onde buscou adquirir fontes primarias através de informações oferecidas durante a pesquisa de campo. A análise da pesquisa tem como principal referencial teórico Language Vitality and Endangerment (UNESCO, 2003). Com base nos nove fatores propostos pelo Language Vitality and Endangerment (UNESCO, 2003), foram elaboradas perguntas que foram aplicadas por intermédio de entrevistas com moradores da aldeia Espírito Santo. A análise inicial, lastreada pelas escalas contidas no documento, mostra que o kheuól pode ser considerado uma língua ameaçada, embora na geração atual o seu uso se apresente como estável. Além do Language Vitality and Endangerment (UNESCO, 2003) que visa a proteção e preservação de línguas em perigo, o arcabouço teórico da pesquisa utilizou textos que dialoga com o contexto histórico do povo Karipuna: Ruffaldi (2002), Anonby (2007), Gallois & Grupioni, (2003), Nimuendajú, (1926), Rondon (1953) Tassinari (2003), Vidal (2007).
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ELZENY MONTEIRO BAIA CARDOSO
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VARIAÇÃO E CONTATO: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DA CONCORDÂNCIA VERBAL NO PORTUGUÊS AFRO-BRASILEIRO FALADO NA COMUNIDADE DE MAZAGÃO VELHO-AP
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Orientador : CELESTE MARIA DA ROCHA RIBEIRO
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Data: 16/10/2023
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Este trabalho é resultado da pesquisa realizada para dissertação do Mestrado acadêmico em Letras do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLET/UNIFAP). Nessa abordagem, investiga-se, sob a perspectiva sociolinguística, o fenômeno da concordância verbal no português falado na comunidade afrodescendente de Mazagão Velho-AP. Sob esse viés, analisam-se as ocorrências da aplicação e não aplicação da regra de concordância verbal com a primeira pessoa do plural. A comunidade pesquisada é evidenciada por sua importância sóciohistórica para o estado do Amapá, marcada pelo povoamento de negros escravizados e remanescentes quilombolas, símbolo de cultura, devoção e tradição e, portanto, um locus representativo para a pesquisa sociolinguística. Como fundamentação teórica, apresenta-se a perspectiva do contato linguístico de línguas africanas com o PB sob o olhar de Mendonça (1933), Fiorin e Petter (2009), Petter (2007; 2009; 2015), Alkmim (1995; 2005), Castro (1983), Lucchesi (2012; 2015; 2015; 2019), Mattos e Silva (2004), Bagno (2016) e Bortoni Ricardo (2011). Além disso, para auxiliar na descrição do fenômeno investigado apresenta-se também o viés de Mollica et al (2020), Lucchesi (2015; 2015; 2012), Lucchesi et al (2009), além das contribuições de Castilho (2020), Bagno (2012), Naro e Scherre (2007), Lemle e Naro (1977), Naro, Yacovenco e Scherre (2018), Rúbio (2012), Pacheco (2014), Vieira e Bazenga (2013), Araújo e Carmo (2019), Monteiro (2021), Santos (2013), Souza (2021) e Silva e Vitório (2020), para a descrição do fenômeno da concordância verbal de 1ª pessoa do plural, a fim de conhecer e evidenciar as variedades locais, considerando o contato linguístico de origem africana, bem como a incorporação das inovações do português contemporâneo. A pesquisa tem caráter etnográfico, de abordagem quali-quantitativa e realizou-se sob a perspectiva do Modelo Variacionista Laboviano (2008 [1972]). Como resultado, será apresentada a análise de 16 entrevistas, considerando as variáveis sociais “sexo, idade, escolaridade e mobilidade social” e as variáveis linguísticas “realização do pronome sujeito, posição do pronome sujeito, tempo verbal, tipo de verbo, saliência fônica e paralelismo discursivo”. Os resultados apontam a realização de 80% da aplicação da regra de concordância verbal, incluindo a concordância padrão (-mos) e o uso dos alomorfes (-mo, -emo, -omo, -umo) entre os falantes da comunidade e 20% de não aplicação da regra, caracterizada pela recorrência do uso não padrão com morfema (Ø). Esse resultado mostrou atuação relevante das variáveis sociais escolaridade e idade e da variável linguística tempo verbal, sobretudo do fator presente do indicativo como favorecedores da referida marcação.
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ELANE DA SILVA VIANA
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O REALISMO MARAVILHOSO EM HISTÓRIA DE PÁSSARO E CONTOS ESTRANHOS, DE MAURO GUILHERME
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Orientador : YURGEL PANTOJA CALDAS
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Data: 30/08/2023
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Esta pesquisa tem como objeto de estudo as manifestações do Realismo Maravilhoso na Literatura do Amapá, objetivando analisar como essa estética se apresenta em contos escritos por autores locais. Com esse propósito, discorre-se a princípio, acerca da literatura fantástica, resgatando seus conceitos, características e relação com o realismo maravilhoso, considerando as ideias propostas por teóricos como Ceserani (2006), Roas (2014) e Todorov (2017). Em seguida, expõe sobre o Realismo Maravilhoso e sua importância na literatura hispano-americana, assim como a respeito de sua presença na literatura brasileira, tendo como base as contribuições de Chiampi (2015), Fernández (2001) e Rodrigues (1988), e principalmente, trata sobre a presença dessa vertente no Amapá, considerando que esse território, parte da Amazônia, conta com uma cultura rica em lendas, mitos e crenças, que são retratados em sua literatura recorrentemente. Assim, a pesquisa destaca autores amapaenses que, em suas obras, exploram o realismo maravilhoso, como Fernando Canto, João Barbosa, Gian Danton, e, principalmente Mauro Guilherme, contista, cronista e poeta premiado, que se destaca por seus enredos insólitos, que exploram o imaginário do público leitor. Por fim, esta pesquisa de caráter bibliográfico apresenta a análise literária de quatro contos de Mauro Guilherme, “O Gavião” e “Canto de Iara”, extraídos da obra História de Pássaro, “O Relógio” e “A Floresta”, extraídos de Contos Estranhos, escolhidos por apresentarem características comuns entre si, desde situações inusitadas a elementos fantásticos da cultura local, evidenciando a presença do realismo maravilhoso nesses textos.
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FRANCISCO SANTOS BORGES
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A ESPETACULARIDADE DAS CANTADEIRAS DE MARABAIXO NA LITERATURA ORAL FEMININA AFRO-AMAPAENSE
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Orientador : YURGEL PANTOJA CALDAS
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Data: 30/08/2023
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Este estudo abordará a trajetória de mulheres negras, cantadeiras e dançadeiras da cultura do Marabaixo da Amazônia amapaense, que, com seus textos poéticos dramático-religiosos, expressam suas histórias de vida, por meio da oralidade, em cantorias improvisadas do cotidiano. A mulher cantadeira de marabaixo no estado do Amapá é a que carrega consigo o orgulho de uma tradição secular repleta de vivências ancestrais e da improvisação dos versos acompanhados do rodar das saias floridas, o girar do corpo e o arrastar de passos fortes, embalados pelos toques dos tambores negros, que despertam fragmentos da memória histórica de seus antepassados, enriquecem e legitimam o legado cultural afro-amapaense. O objetivo principal dessa pesquisa é analisar a trajetória de mulheres cantadeiras na cultura do Marabaixo no Amapá e abordar a noção de corpo, performance e fragmentos de teatralidade presentes durante o ato ritualístico cultural negro. A pesquisa tem o seu caráter etnográfico-exploratório, ao mapear teses e dissertações, inicialmente com o estudo bibliográfico, explorando o campo das discussões acerca da temática negra e posteriormente com a observação participante, considerando o campo dos sujeitos da pesquisa. O tratamento teórico para dialogar sobre a cultura negra amapaense se baseará no aporte de Borges (2022), Canto (2017), Tartaglia (2021), Videira (2013; 2020), entre outros que dialogam sobre a temática em questão. A geração dos dados ocorreu por meio da pesquisa bibliográfica, estado da arte, a partir do Banco de dados de Teses e Dissertações da Capes, da entrevista narrativa com lideranças negras amapaenses e da observação-participante, ao observar mulheres que atuam frente às associações culturais afro-amapaenses; para esta fase, tivemos como referência Jovchelovitch e Bauer (2022), Ferreira (2022), Gil (1191) além de utilizar registros fotográficos, na necessidade de historicizar, compreender e perceber traços da cultura afro-amapaense, com base nos estudos de Titonni (2009). Com os resultados preliminares, compreendemos que o corpo da mulher marabaixeira associado a performance cultural no manifestar do ritual, perpetua a voz negra amapaense, que se materializa no toque das caixas e no antoar dos ladrões de Marabaixo de autoria feminina.
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MARCELINE GUEDES DOS SANTOS
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O ESTADO DA ARTE DAS LÍNGUAS DE SINAIS INDÍGENAS DO BRASIL: ESTUDOS DESENVOLVIDOS ENTRE 1995-2021
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Orientador : GLAUBER ROMLING DA SILVA
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Data: 27/06/2023
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A linguística é a ciência responsável pelo estudo das línguas e, suas bases teóricas foram inteiramente desenvolvidas a partir de minuciosas investigações e análises das línguas orais. Em 1960 os estudos linguísticos ganharam uma nova modalidade de língua natural: o das línguas visuais espaciais ou línguas sinalizadas, que adquiriram status linguístico a partir dos estudos de Willian Stokoe (1960). Atualmente, registram-se três principais categorias de línguas de sinais: as nacionais, as nativas e as originais (QUADROS E LEITE, 2013). Dentro da categoria línguas sinalizadas originais, temos as línguas de sinais indígenas, usadas por indígenas surdos de diversas etnias e, que a depender de vários fatores como, número reduzido de sinalizantes, sinalizantes idosos e a falta de registro, poderão vir a sucumbir. No Brasil, pesquisas voltadas para os estudos e mapeamento das Línguas de sinais indígenas, tiveram início na década de 1990. Lucinda Ferreira-Brito (1995), foi a primeira linguista Brasileira a investigar e a coletar dados da então denominada Línguas de sinais Urubu Ka’apor Brasileira – (LSKB), hoje conhecida como Língua de sinais Ka’apor (GODOY, 2020). Desde então outras línguas de sinais indígenas começaram a ser investigadas, é o caso das Línguas de Sinais Paiter Suruí (LSPS), Língua de Sinais Kaigang (LSKA), Língua de Sinais Guarani-Kaiowá (LSGK), Língua Terena de Sinais (LTS) e Língua de Sinais Sateré Mauwé (LSSM). Com base nos estudos de Ferreira Brito (1995); Quadros (2019), Quadros e Leite (2013), Quadros e Silva (2017), Godoy (2019), Gomes e Vilhalva (2021), esta pesquisa exploratória bibliográfica do tipo estado da arte, ainda em andamento, tem por finalidade apresentar dados de estudos produzidos entre 1995-2021 com informações de cunho educacional, cultural e linguístico de todas as línguas de sinais indígenas existentes no Brasil, , bem como, apontar eventuais lacunas e necessidades relacionadas ao registro e manutenção das línguas de sinais indígenas.
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FRANCK WIRLEN QUADROS DOS SANTOS
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POVO DAS ÁGUAS, DOS CAMPOS E DA FLORESTA: narrativas orais marajoaras da contracosta de Chaves/PA
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Orientador : MARCO AURELIO SCARPINO RODRIGUES
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Data: 18/05/2023
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A presente pesquisa tem como foco a coleta e o estudo das narrativas orais de indivíduos das comunidades ribeirinhas dos rios Mapatá, Arauá, Ganhoão e Nascimento, correspondendo ao litoral da cidade paraense de Chaves, que compreende o eixo ABC (Afuá, Breves e Chaves), com o objetivo de analisar as significações e ressignificações das narrativas orais ribeirinhas como representação da identidade amazônica marajoara. Em relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa de base bibliográfica e de coleta de dados de cunho qualitativo, do qual a memória é fonte do desenvolvimento dos saberes tradicionais e que, por meio da oralidade, estabelecem- se as relações de sentido para a compreensão da identidade amazônica marajoara, sob a ótica do lócus da pesquisa que compreende as águas, os campos e as florestas da cidade de Chaves/PA. A análise desse quadro requer a adoção de um arcabouço teórico fundamentado no estudo da memória e do narrar, embasado pelas concepções de narrador de Benjamin (1994), Loureiro (2000) e Reuter (2007), além da mediação dos estudos da análise das narrativas em correlação com o contexto amazônida e de sua construção por meio dos pressupostos de Loureiro (2015) e Miranda Neto (2005), assim como os teóricos dos estudos sociais e antropológicos de memória em Le Goff (1990), Bosi (1994) e Fochi (2017).
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EDIELSON MONTEIRO DA SILVA
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PORTUGUÊS LÍNGUA ADICIONAL NO INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS DE PARAUAPEBAS: CONFIGURAÇÕES INSTITUCIONAIS DE UMA POLÍTICA LINGUÍSTICA
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Data: 24/02/2023
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O cenário geopolítico é influenciado por diversos fatores, entre eles o econômico, político, cultural e social que gera considerável mudança. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo geral analisar a implementação de políticas linguístico-institucionais de Português como língua adicional (PLA) no Instituto Federal do Pará (IFPA) e o seu desdobramento para o campus Parauapebas. A partir disso, e como forma para alcançar o que se propõe nesta dissertação, são objetivos específicos: a) Identificar fatores institucionais que contribuíram para a implementação de políticas linguísticas para o Português como Língua Adicional no Instituto Federal do Pará; b) Mapear e analisar os cursos de PLA ofertados pelo IFPA, focalizando a configuração da oferta (curso, perfil, público-alvo, proposta teórico-metodológica); c) Discutir possível desdobramento da implementação da oferta de cursos de PLA para o campus Parauapebas. A pesquisa se configura de abordagem qualitativo-interpretativista, de tipo documental (BORTONI-RICARDO, 2008) e situada no campo da Linguística aplicada (MOITA LOPES, 2006), tendo como corpus documentos institucionais e modalidades de ações feitas pela instituição para a difusão do PLA ou que podem ser desdobradas para outros campi. Para tanto, convocamos autores como Calvet (2002, 2007); Almeida filho (2006,2012); Mendes (2019) Schalatter (2020); Bizon e Diniz (2019); Diniz (2008, 2021) entre outros. Os resultados demonstram que há iniciativas por parte do IFPA para a oferta do PLA por meio da Pró-Reitoria de extensão, centro de Idiomas, no entanto, ainda são poucas dado a sua área de atuação e o que os Planos de desenvolvimento Institucionais apontam para a difusão do idioma e da Instituição. No campus Parauapebas, mais especificamente, entende-se que as políticas linguísticas podem, em parceria com a prefeitura de Parauapebas, serem realizadas com estrangeiros que vivem na cidade, como por exemplo, refugiados venezuelanos que vivem na cidade em situação de vulnerabilidade social.
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NATÁLIA ALMEIDA BRAGA VASCONCELOS
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TRANSLINGUISMO COMO RECURSO DE SUJEITOS SURDOS E NEGOCIAÇÃO DE SENTIDOS NA CONSTRUÇÃO DA ESCRITA EM PORTUGUÊS COMO L2
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Data: 10/02/2023
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O ensino de português como segunda língua para surdos é um tema que tem sido amplamente discutido nos últimos anos, sobretudo a partir da regulamentação da Lei 10.436/02 (BRASIL, 2002) e o Decreto 5626/2005 (BRASIL, 2005). Criou-se uma expectativa de um ensino bilíngue que considerasse os valores, a identidade e a voz do sujeito surdo. No entanto, tem-se ainda hoje no Brasil, uma sociedade em que a maioria dos indivíduos não conhece a realidade da comunidade surda e tão pouco a Língua Brasileira de Sinais (Libras), por consequência temos uma minoria linguística que fica à margem do ensino escolar e que para ingressar em uma universidade, passa por processos, avaliações e correções na escrita com base no ensino para ouvintes. Este estudo leva em conta as múltiplas formas que o sujeito surdo tem para se comunicar, as quais podem ser valorizadas no processo de produção e correção dos textos. Em busca de contribuirmos para uma melhor concepção sobre o ensino de português para surdos, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a constituição de sentidos nas práticas translíngues emergentes em produções escritas de textos dissertativo-argumentativos de atores sociais surdos que prestaram vestibular para o curso de Letras Libras/Português da Universidade Federal do Amapá. Para isso, o estudo busca compreender o que é o translinguismo e como os sentido translíngues são evidenciadas na escrita de alunos surdos. Metodologicamente, esta pesquisa é de cunho interpretativista, com base na abordagem qualitativa e é caracterizada como análise documental (MATTAR, 2008). Para refletirmos sobre a temática, o levantamento bibliográfico partiu das seguintes perspectivas: a educação de surdos (SKLIAR, 1997; CAVALCANTI, 1999; CAVALCANTI; SILVA, 2007, BRASIL, 2002, BRASIL, 2005, BRASIL, 2021); a translinguagem em línguas orais (CANAGARAJAH, 2011, 2013, 2018; GARCÍA, 2009; GARCÍA; WEI, 2014; GARCÍA, ALVIS, 2019, ROCHA; MACIEL, 2015); e a translinguagem na comunidade surda (CAVALCANTI; SILVA, 2007, 2016; SILVA; SANTOS, 2017) e Letramento Crítico (MENEZES DE SOUZA, 2011, JORDÃO, 2013). Todas as perspectivas estão em diálogo com os estudos da Linguística Aplicada voltados para o ensino de Português como Segunda Língua para Surdos (PSLS). Os dados demonstraram que os candidatos surdos que participaram do PSE-2018, utilizaram as práticas translíngues na construção de sentidos na escrita da redação, por meio de práticas translíngues que buscavam argumentar sobre o seu ponto de vista, em outros momentos evidenciar um termo para chamar atenção do interlocutor e também foram utilizados recursos que identificava o interlocutor como um sujeito que pertence a comunidade surda. A Translinguagem traz para a escrita do surdo uma liberdade que emerge do seu repertório linguístico, seus aspectos culturais e identitários. Contribuindo com o rompimento de paradigmas tradicionais sobre a concepção de linguagem, possibilitando formas.
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CARLA PATRICIA RIBEIRO NOBRE
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NARRADOR AUTODIEGÉTICO EM MAMA GUGA – CONTOS AMAZÔNICOS, DE FERNANDO CANTO: retratos da cultura amazônica
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Orientador : YURGEL PANTOJA CALDAS
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Data: 31/01/2023
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Este trabalho buscou investigar as memórias dos narradores autodiegéticos da obra Mama Guga: contos amazônicos, considerando a relação dessas memórias com a cultura amazônica. Como objetivos específicos, tivemos as seguintes tarefas: a) discutir o(s) conceito(s) de cultura amazônica, avaliando a história de ocupação desse espaço e as relações dos seus habitantes com o espaço ocupado b) examinar os conceitos de conto, narrador autodiegético e memória, para, enfim, apresentar o objetivo c) mapear os elementos apresentados nas narrativas de Mama Guga, verificando sua relação com a cultura amazônica. Assim, dentre outras referências teóricas, foram utilizadas as de Canto (2017), Massey (2008), Benchimol (1999), Veríssimo & Preira (2014), Hall (2006), Bhabha (1998), Eliade (1972), Candau (2019), Bosi, E. (1979), Halbwachs (2004), Bergson (2006), Caldas (2019), (2007) e (2017), Cândido (2014), Nenevé, Silva e Gama-Khalil (in ALBUQUERQUE, 2015), Cortazar (1974),Gotlib (2006), Bosi, A. (1999), D’Onofrio (2002), Moisés (1999), Genette (1995), Reis e Lopes (1988), Rosenfeld (2018), Eagleton (2019), Segolin (2006), Zéraffa (2010) e Loureiro (1995) e (2008). Assim, foram escolhidos quatro contos para a análise deste trabalho, com foco em seus respectivos narradores, apontando que investigar as memórias dos narradores autodiegéticos nas narrativas traz um universo de análise carregado de significado, apresentando as ideias, os sentimentos e a cosmovisão do narrador face à sua realidade. O grupo de palavras que formam o mapa de memória de cada conto apresenta aspectos relevantes do espaço amazônico e também as vivências dos seres ficcionais. Nos três contos analisados, vemos que a palavra “ouro” está presente. Em dois deles, essa palavra surge de forma explícita e em um ela representa os esforços empreendidos para encontrar o tesouro numa cidade encantada. Nos três contos, a presença de mitos e dos mistérios da Amazônia se fazem forte e atuam no destino dos narradores e dos espaços geográficos.
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